Só no primeiro trimestre de 2015 foram registrados 460,5 mil casos de dengue no Brasil. Em relação ao mesmo período do ano passado, esse número representa um aumento de 240%. Entre as iniciativas que buscam criar uma vacina para a doença, está a do laboratório francês Sanofi Pasteur, criador da Dengvaxia, que age contra os quatro tipos da doença. Atualmente, a Dengvaxia é a que está mais próxima de ser liberada no Brasil, mas existem outras pesquisas sendo realizadas. O Instituto Butantan, por exemplo, está começando a terceira fase dos testes clínicos, que é a última necessária para o registro do produto final. Essa etapa, que já foi concluída pela Sanofi, é a mais complicada, porque nela a eficácia da vacina tem que ser comprovada. A Fundação Oswaldo Cruz também procura uma solução para o problema da dengue, com o apoio do Ministério da Saúde.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) já aprovou a vacina, que agora passa por avaliação da Anvisa. O órgão não estipulou um prazo para resposta. Falando sobre todas as vacinas em desenvolvimento, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que é provavel que pelo menos uma delas comece a ser comercializada em 2018, “se tudo der certo na pesquisa”
Sobre a vacina da Sanofi, a bioquímica Maria Sueli Felipe, relatora do processo na CTNBio, diz: “A vacina traz um vírus atenuado, para não provocar a doença e sim uma resposta imunizante, e, para isso nós demos o ok, ela é segura”. O imunizante usa o vírus da febre amarela, que é modificado geneticamente. Assim, ele é atenuado, provocando a produção de anticorpos para a dengue, e não a doença em si.
O laboratório francês promete eficácia de 60,8%, contra todos os tipos da doença. Os casos graves supostamente diminuem em 95,5% e a hospitalização em 80,3%. A vacina age melhor em pessoas com mais de nove anos de idade, mas em tese também pode ser tomada por crianças. A técnica de atenuação do vírus também é utilizada na vacina que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan. Seus criadores afirmam que ela só precisa de uma aplicação para ser eficaz. A da Sanofi requer três doses, com seis meses entre cada.