A antigamente, as pessoas tinham por hábito cultuar divindades. Na Idade Média, reverenciavam reis e papas. Hoje, cresce a admiração por jogadores de futebol, atores e celebridades em geral. Atentos aos fenômenos da psique humana, três colegas da Escola de Medicina de Illinois, nos Estados Unidos, fizeram testes e entrevistas e concluíram que quase um terço da população mundial sofre, em maior ou menor grau, da chamada Síndrome do Culto à Celebridade (Celebrity Worship Syndrome, em inglês). Mais de 600 questionários com perguntas sobre a relação que cada um de nós tem com a fama e a riqueza foram analisados. As conclusões são, no mínimo, perturbadoras: existem hoje três fases dessa obsessão por celebridades. Num primeiro estágio estão os que acompanham os passos de seu ídolo “por puro entretenimento”. Esse grupo, classificado como o mais inofensivo, é composto por 20% da população. É gente que gosta de conversar, sem compromisso, sobre a falsa gravidez da Luma de Oliveira, o corte de cabelo do David Beckham ou o novo namorado da Deborah Secco. Se você está nessa categoria, fique tranqüilo. Os psicólogos americanos não o rotulam de viciado – ainda. No próximo degrau da escala entram todos os que se consideram “amigos” dos ídolos e sofrem junto com suas perdas (e deliram com suas conquistas). Aqui, diz o estudo, o culto às celebridades já virou um vício. E um de cada dez habitantes do planeta está nesse grupo! Mas a Síndrome do Culto à Celebridade tem um estágio ainda mais avançado – e perigoso. Nele entram os tietes que topam qualquer coisa em nome de seus heróis, inclusive arriscar a própria vida. Coisa de louco? Mais precisamente 1% das pessoas é assim, segundo a conclusão do levantamento. Cuidado. O próximo passo pode ser a Organização Mundial de Saúde classificar a nova síndrome como doença.