A arte a serviço da informação – e vice-versa
Veja o vídeo e as reportagens da SUPER indicadas para o Oscar do design jornalístico
Cada reportagem da SUPER é mais do que uma reportagem. Nosso objetivo é produzir pequenas obras de arte. As fotos, as ilustrações, os infográficos não são meras ferramentas para transmitir informação. Também embutem conceitos artísticos, feitos para produzir deleite, emoção, força. O mesmo vale para os nossos vídeos. É a arte a serviço do jornalismo – e vice-versa.
E neste ano a SUPER foi um dos destaques mundiais justamente do Oscar do design de jornalismo, o Prêmio SPD (Society of Publication Designers). Estamos entre os finalistas mundiais na categoria Digital, pelo vídeo Violência Doméstica, da série Dois Minutos para Entender. Se você ainda não viu, vai aqui:
A obra é da designer Tainá Ceccato (uma das profissionais com mais sensibilidade artística com quem já trabalhei), da diretora de vídeo Thaís Zimmer e do jornalista Felipe Germano. Na categoria Impresso do SPD, a SUPER recebeu uma menção honrosa do júri pela reportagem Uma Breve História do Ornitorrinco, com design da Tainá, edição do mestre dos infográficos Tiago Jokura e texto do jornalista Bruno Vaiano. Dá uma olhada aqui na versão online dela:
Outra matéria reconhecida pelos jurados como destaque global foi a 500 Anos de Protestantismo em 95 Tuítes, com edição do Jokura, reportagem do Tiago Cordeiro e design do Thales Molina. Parabéns, pessoal:
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Tudo isso só foi possível, aliás, graças ao Fabricio Miranda, nosso diretor de arte. Para você ter uma ideia da habilidade do cara, saiba que ele é o responsável pelo design desta capa aqui, uma das mais bonitas da SUPER nos últimos anos:
É uma imagem que não precisa de legenda. E à altura do homenageado, Stephen Hawking.
Quando Hawking morreu, vi muita gente perguntar “mas o que é que esse cara fez, afinal?”. Bom, ele criou a teoria mais sólida e elegante a unir relatividade com física quântica. Para entender isso melhor, pense no seguinte: não existe um Universo. Existem dois. Um é o que você conhece. Outro é o mundo infinitesimal, aquele encerrado nos limites da menor distância que pode ser considerada uma distância. Esse comprimento existe, e, de acordo com os cálculos de Max Planck (1958-1947), equivale a 10-33 cm. Pegue um grão de areia e marque um ponto de 10-33 cm nele. Agora amplie esse grão de areia até o tamanho do Universo conhecido. E esse ponto que você marcou ainda será dez vezes menor que um grão de areia. Esse é o mundo infinitesimal.
Em tal escala, as leis da física se tornam lisérgicas. Partículas surgem do nada, acompanhadas de suas gêmeos do mal, as antipartículas. A insanidade do microcosmo e a racionalidade do mundo macro são explicadas cada uma por uma teoria independente. Uma delas, a física quântica, cuida do infinitesimal; a outra, a relatividade, explica os fenômenos visíveis – como as órbitas dos planetas e o cliclo de vida das estrelas – que nascem a partir de nuvens de poeira unidas pela gravidade e, dependendo do caso, podem terminar a vida na forma de um pontinho de gravidade pura, um buraco negro.
Bom, o que Stephen Hawking fez foi construir a mais bela ponte entre as duas teorias: ele mostrou que a lisergia do microscosmo faz com que buracos percam massa, e no fim, depois tilhões de zilhões de anos, deixem de existir. Essa foi sua grande obra.
Nesta edição, nosso objetivo foi explicar a teoria de Hawking da melhor forma possível. Quem fez isso foi o repórter Bruno Vaiano, um jornalista que, aos 22 anos, já mostra o toque de bola típico dos melhores especialistas em divulgação científica. Felipe Germano, outro jovem que já deixou de ser mera promessa do jornalismo, completa nossa homenagem ao britânico analisando o impacto de Hawking na cultura pop. Os dois realizaram um trabalho memorável, que os assinantes da SUPER podem ver aqui. E, com isso, acabaram homenageando outra pessoa fundamental para a história da revista: você. Obrigado pela leitura, sempre.
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