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Alexandre Versignassi

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.

Carta ao leitor – Remissão

Uma nova ciência contra o câncer. E a experiência da minha própria família com ela.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 jan 2020, 11h56 • Atualizado em 3 fev 2020, 13h21
  • Minha mãe TInha 50 anos quando foi diagnosticada com um câncer terminal. Era um melanoma (câncer de pele) com metástase. Já tinha se espalhado pelo corpo.

    Um dos oncologistas que ela visitou disse que o melhor àquela altura era aproveitar os últimos meses que lhe restavam: parar de trabalhar, viajar, ver o Sol se pôr, passar mais tempo com os filhos. Quimioterapia e radioterapia, de acordo com o médico, não dariam resultado. Só tornariam a  sobrevida um inferno, por conta dos efeitos colaterais.

    Por instinto de sobrevivência, e completa falta de pragmatismo, ela decidiu enfrentar as estatísticas. Falou com outros médicos e partiu para a químio e a rádio. Iria lutar até o fim. Na guerra contra o câncer, o organismo dela definhou. Em pouco tempo seu corpo era pele e ossos.

    Então veio a notícia: tinha sido tudo em vão. Mesmo sob artilharia pesada, o câncer não regredia.

    Foi aí que o oncologista que cuidava dela fez uma proposta: perguntou se, diante do quadro completamente negativo, ela aceitaria participar de um experimento. Ele e seus colegas formavam um dos muitos grupos
    de médicos pelo mundo que estavam testando um novo tipo de tratamento: as imunoterapias.

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    Enquanto a químio e a rádio atacam as células cancerosas de fora para dentro, a imunoterapia estimula o próprio sistema imunológico do paciente a combater o câncer com eficiência. Não havia garantia alguma de que o tratamento funcionasse, ou que não aparecesse algum efeito colateral que simplesmente acelerasse a morte da minha mãe. Tanto que ela precisou assinar um termo dizendo estar consciente dos riscos. Era uma cobaia.

    Isso aconteceu há 18 anos. Hoje minha mãe está vigorosa, bonita, ativa. Trabalha mais do que eu (é difícil encontrar tempo na agenda dela até nos finais de semana). Mesmo assim, ela dá um jeito de viajar, de ver o Sol se pôr, de passar tempo com os filhos, e, nos últimos nove anos, com a neta também. Seu sistema imunológico, ajustado pela ciência, aprendeu a combater o câncer. Remissão completa.

    Hoje, muitos tratamentos imunoterápicos não estão mais em fase experimental. Fazem parte do arsenal que os médicos têm para combater a doença. E prometem mais para o futuro. É sobre isso a reportagem de capa desta edição, que demandou meses de apuração e foi entregue com brilho didático e competência técnica pelo editor Bruno Vaiano (que propôs a pauta sem saber do meu caso familiar). Boa leitura.

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