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Alexandre Versignassi

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Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Veja as outras referências ao nazismo no discurso de Alvim

Não foi só o trecho copiado de Goebbels. Há mais do Terceiro Reich ali.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 jan 2020, 15h07 - Publicado em 17 jan 2020, 14h17

“A arte alemã desta década será heróica, objetiva e livre de sentimentalismo. Será nacional, e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”.

Como você já sabe, o ex-Secretário da Cultura copiou a frase acima de Joseph Goebbels, só trocando a menção à Alemanha por uma ao Brasil.

Só que há mais ícones da propaganda nazista no resto discurso. Ele fala, por exemplo, que a arte deve glorificar a “harmonia dos brasileiros com a sua terra, assim como enfatizar a elevação da nação e do povo, acima de mesquinhos interesses particulares”.

Na Alemanha nazista, afinal, a arte era uma ferramenta de Estado. Tinha como função engrandecer o nazismo. E nada mais. Daí o “acima de mesquinhos interesses particulares”.

Alvim também cita “as virtudes da fé, da lealdade, do autossacrifício e da luta contra o mal”. O “mal”, num regime nazista, é qualquer coisa que não esteja completamente alinhada aos interesses do Estado. A menção a “lealdade e autossacrifício” é, obviamente, um chamado à guerra. Remete a Mein Kampf (Minha Luta), o livro de propaganda nazista escrito por Hitler, que chamava os alemães a lutar contra “o mal” – no caso, contra os judeus e os comunistas.

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Outra menção com ranço nazista é aquela que fala em enaltecer os “mitos fundadores” da pátria. A ideologia nazista glorificava os deuses e as lendas nórdicas, entendendo que o folclore nacionalista deveria guiar as artes. É basicamente o que Alvim falou.

Ele ainda diz que uma “arte nacional” que “terá o poder de nos conferir, a todos, energia e impulso para avançarmos na direção da construção de uma nova e pujante civilização brasileira”.

“Criar uma nova civilização alemã” era um dos motes do Terceiro Reich. De novo, Alvim só trocou os países.

Não tivesse citado Goebbels ipsis litteris, o discurso de propaganda nazista de Alvim talvez tivesse passado batido. Bom ele ter citado, já que aí não restam mais dúvidas sobre de onde vem sua inspiração.

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Alvim, no fim das contas, cometeu o disparate não apenas de citar Goebbels, mas de fantasiar que realmente vive num regime nazista, num totalitarismo orwelliano em que uma ditadura diz o que é arte e o que não é; o que você pode pensar e o que não pode.

Trata-se de um constrangimento descomunal às nossas instituições democráticas. Que ao nazismo só reste o lixo da história. E que só nos lembremos dele para não repeti-lo.

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