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Bruno Garattoni Por Bruno Garattoni Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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Apple mostra novos laptops com processador ARM – e até 18 horas de bateria

Migração dos computadores para essa arquitetura, a mesma usada nos smartphones, é a maior mudança desde a década de 1980 e pode transformar a indústria de tecnologia; entenda por quê

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 nov 2020, 19h12 - Publicado em 10 nov 2020, 16h45
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    A Apple revelou, hoje, os primeiros Macs equipados com processadores de microarquitetura ARM – substituindo os chips de arquitetura x86, que são usados pelos PCs desde os anos 1980 (e pelos Macs desde 2005). A arquitetura ARM é a empregada nos chips de smartphone, e tem uma grande vantagem: consome bem menos energia que a x86. É por isso que o seu celular pode ficar ligado o tempo todo (você só apaga e acende a tela), e está sempre pronto – você não precisa ligá-lo e carregar todo o sistema operacional a cada vez que vai usá-lo, como um computador (nem desligar tudo após usar). Em suma: os chips ARM prometem dar aos computadores a mesma autonomia e agilidade dos smartphones. 

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    (Apple/Divulgação)

    A Apple desenvolveu um novo processador, o M1, baseado na arquitetura ARM (que foi criada pela empresa inglesa Advanced RISC Machines e também é licenciada para a Qualcomm e a Samsung, além da Apple). O M1 tem 16 bilhões de transistores, quatro núcleos de processamento – e promete o dobro de performance, para o mesmo consumo de energia, que os chips x86 da Intel. Também possui uma GPU (unidade de processamento gráfico) embutida, com 2,6 teraflops de performance. Mão é nada que vá aposentar as placas de vídeo dedicadas, mas é o dobro de qualquer GPU onboard, e deve rodar bem games (esse desempenho é 50% maior que o de um PlayStation 4). 

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    (Apple/Divulgação)

    Os novos MacBooks vêm com o sistema operacional macOS Big Sur, que foi convertido para a arquitetura ARM – o que também vale para o Safari, seu navegador, e todos os demais softwares produzidos pela Apple (incluindo os profissionais, como o Final Cut). Mas os outros programas, de outras empresas, ainda não têm versão ARM. O Photoshop convertido, por exemplo, foi prometido para “o começo do ano que vem” – mas ainda não se sabe quando, ou mesmo se, haverá uma versão ARM do navegador Chrome. Para não falar de inúmeros outros softwares (Premiere, Illustrator, DaVinci Resolve, etc).

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    Por isso, o novo macOS tem uma espécie de emulador embutido: o Rosetta 2, que permite rodar softwares x86 tradicionais (o nome é uma referência ao primeiro Rosetta, que a Apple usou na migração da aruqitetura PowerPC para x86, em 2005). O desempenho desse emulador e seu consumo de energia ainda são uma incógnita – só testando veremos como ele se sai na prática. Essa questão é extremamente importante. Nos últimos anos, Microsoft e Samsung lançaram notebooks com chips ARM, e esse era seu ponto fraco: quando eles rodavam softwares x86 (o Chrome, por exemplo), a performance despencava e o consumo de energia disparava, detonando a autonomia da bateria. É por isso que, até hoje, os computadores ARM não pegaram. 

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    A performance do Rosetta 2 será crucial para evitar que os MacBooks tenham o mesmo destino – e a Apple não falou sobre ela em sua apresentação de hoje, o que desperta dúvidas. Por outro lado, é provável que a empresa esteja confiante quanto a isso (do contrário, ela simplesmente continuaria com os chips x86).  

    (Apple/Divulgação)

    A Apple apresentou três computadores com processador M1. O primeiro é um novo MacBook Air, com tela Retina de 13″ e gigantesca autonomia de bateria: segundo a Apple, são 15 horas de navegação na internet (ou 18 horas rodando vídeos). Isso significa que se você dormir oito horas por noite, e deixar a máquina carregando enquanto dorme, como as pessoas geralmente fazem com seus celulares, poderá usar o notebook o dia inteirinho longe da tomada. Na prática, a bateria se torna quase “infinita” – algo que, até hoje, nenhum laptop (ou mesmo smartphone) alcançou.

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    O novo MacBook Air terá 8 gigabytes de memória RAM “unificada”, ou seja, compartilhada entre a CPU e a GPU (é possível optar por 16 GB, o que é aumenta o preço em US$ 200). Nos Estados Unidos, ele vai custar US$ 1.000. No Brasil, com dólar, impostos e margens típicas, o valor sobe para acachapantes R$ 13 mil. 

    (Apple/Divulgação)

    O segundo lançamento é um Mac mini, com o novo chip ARM e 8 gigabytes de RAM (também dá para optar por 16 GB). Sua versão base tem SSD de 256 gigabytes, e vai custar US$ 699 nos Estados Unidos. Infelizmente, o que lá é um produto acessível, de entrada, aqui também chega a preço de luxo: R$ 8.699. 

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    (Apple/Divulgação)

    A linha é completada por um novo MacBook Pro, também com o processador M1. Segundo a Apple, ele tem 2,8 vezes a performance do antecessor (que vinha tendo problemas térmicos, e portanto limitações de desempenho, com os chips x86 da Intel). Será interessante saber qual a diferença, e se há alguma, entre o processador M1 do MacBook Air e o instalado no MacBook Pro. Ele vem com 8 GB de memória RAM, mas também dá para optar por 16 GB. E vai custar a partir de US$ 1.299. No Brasil? R$ 17.299.  

    (Apple/Divulgação)

    A apresentação terminou com uma provocação à Microsoft: um novo anúncio da série “Get a Mac”, que marcou época nos anos 2000 – e mostra o ator John Hodgman, desajeitado e cheio de problemas, representando um PC com Windows. 

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    Nos EUA, os novos laptops da Apple são produtos de massa, ao alcance de grande parte da população. No Brasil, infelizmente, são artigos de luxo. Mas eles deverão estimular a Microsoft e seus parceiros a retomar e desenvolver os notebooks com “Windows ARM”, melhorando a emulação de softwares x86 (e convertendo mais apps para a nova microarquitetura). Daqui a alguns anos, quem sabe, até os notebooks de R$ 2 mil terão chips ARM ultravelozes e baterias que duram muitas horas. E todo o mercado se beneficiará.

    Inclusive a própria Intel, que acabou se tornando complacente após 15 anos de hegemonia e hoje se vê ameaçada de um lado pela Apple e do outro por sua arquirival AMD – cujos processadores Ryzen atualmente são os mais rápidos, e de melhor custo-benefício, no mundo x86. Ignorada pelo mercado de smartphones, abandonada pela Apple e acossada pela AMD, a Intel está numa sinuca de bico sem precedentes – e pode tirar justamente daí a motivação para renascer.   

     

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