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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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Força Aérea dos EUA testa primeiro drone a jato pilotado por IA

XQ-58A Valkyrie pode atacar alvos ou atuar como "wingman", auxiliando pilotos humanos em missões de reconhecimento e combate; algoritmo tomou decisão de voo surpreendente durante testes 

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 set 2024, 15h37 - Publicado em 28 ago 2023, 16h07

XQ-58A Valkyrie pode atacar alvos ou atuar como “wingman”, auxiliando pilotos humanos em missões de reconhecimento e combate; algoritmo tomou decisão de voo surpreendente durante testes 

Em 2020 a Força Aérea dos EUA (USAF) começou um projeto, batizado de Skyborg, para desenvolver um avião autônomo capaz de voar junto com caças tradicionais: ele assumiria a função de “wingman” (assistente) e poderia desempenhar uma série de tarefas, como ir na frente deles para reconhecer uma área ou distrair eventuais ataques inimigos, poupando os caças pilotados por humanos. 

A USAF pretende construir 1.000 a 2.000 drones desse tipo – e anunciou que o primeiro deles completou com sucesso um voo pilotado por IA. Ele se chama XQ-58A Valkyrie, e foi construído pela empresa Kratos Unmanned Aerial Systems: uma das participantes do projeto Skyborg, no qual compete com as gigantes Boeing e Northrop Grumman e com a General Atomics, que produz os drones a hélice usados atualmente pelos EUA (os principais são o Predator e o Reaper, usados no Iraque e no Afeganistão). 

O XQ-58A decola de um lançador móvel, como se fosse um míssil – pois é alimentado por um propulsor de foguete, de uso único (com alcance de 4.000 km). Isso reduz muito o custo: se produzido em grande escala, o Valkyrie deverá custar de US$ 2 a 3 milhões – uma pequena fração do preço dos caças tradicionais (um F-35, por exemplo, custa US$ 80 milhões a unidade). 

No teste da Força Aérea, a aeronave voou por três horas sobre o Eglin Test and Training Complex, uma base aérea na Flórida – com 300 mil km2 de espaço aéreo para testes, no Golfo do México. 

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O XQ-58A possui aerodinâmica stealth (resistente à detecção por radar) e tem um pequeno compartimento para armas. Ele pode ser usado, por exemplo, para lançar drones suicidas Altius 600 – que os EUA têm fornecido à Ucrânia para uso contra a Rússia. 

O algoritmo de inteligência artificial do Valkryie foi desenvolvido pela USAF, e é capaz de tomar decisões surpreendentes. Num dos testes, a aeronave começou a girar sobre o próprio eixo, de maneira estranha. Os militares acharam que fosse algum erro. 

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Mas depois descobriram que a IA havia feito a manobra propositalmente, de forma controlada, porque ela determinou que os sensores infravermelhos do XQ-58A enxergariam melhor o alvo se pudessem enquadrá-lo de vários ângulos, com a aeronave girando.  

Além do Skyborg, a USAF está desenvolvendo outro projeto, o Venom, para desenvolver uma IA que rode dentro dos caças tradicionais – ela assumiria algumas funções de controle de voo, reduzindo a carga cognitiva do piloto. 

Ao contrário do setor de mísseis hipersônicos, em que ainda estão atrás da Rússia e da China, os EUA lideram o desenvolvimento de aeronaves autônomas: têm até um ônibus espacial militar, o Boeing X-37B, que já passou mais de 900 dias orbitando, de forma autônoma, a Terra.  

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