Galaxy S23 vem com sensor de 200 megapixels – e processador de 3,36 GHz
Novo topo de linha da Samsung é primeiro e único a usar nova CPU da Qualcomm, com núcleo de alto desempenho; nos notebooks, empresa preferiu ficar com os chips x86 da Intel
Novo topo de linha da Samsung é primeiro e único a usar nova CPU da Qualcomm, com núcleo de alto desempenho; nos notebooks, empresa preferiu ficar com os chips x86 da Intel
Terminou há pouco o Galaxy Unpacked, evento realizado pela Samsung em São Francisco para apresentar seus novos produtos. Como esperado, o destaque foi o smartphone Galaxy S23, que tem duas novidades: sensor de imagem com 200 megapixels (o dobro do antecessor) e um novo processador da Qualcomm, o Snapdragon 8 Gen 2 for Galaxy.
O novo sensor até permite tirar fotos de 200 MP, mas sua principal serventia não é essa. Ele usa uma técnica chamada pixel binning, que combina vários pixels num só, para gerar fotos de resolução um pouco menor -50 megapixels durante o dia e 12 megapixels à noite-, mas que têm melhor contraste, sombras mais detalhadas e menos ruído de imagem, principalmente em situações de pouca luz.
É uma inovação relevante, porém não inédita: o smartphone Xiaomi 12T Pro, lançado em outubro de 2022, já possui sensor de 200 MP com pixel binning. Mas vale lembrar que a qualidade de imagem, nos smartphones, também é muito dependente de software – os algoritmos de processamento desenvolvidos por cada fabricante.
Já a outra novidade do S23 é exclusiva dele: a CPU, uma versão customizada do Snapdragon 8 Gen 2. O chip tem oito núcleos: o “prime core”, de altíssimo desempenho, quatro “performance cores” de 2,8 GHz, e três “efficiency cores”, de baixo consumo de energia, trabalhando a 2 GHz. Na linha Galaxy S23, o prime core trabalha numa frequência um pouco mais alta, 3,36 GHz (contra 3,2 GHz no Snapdragon 8 Gen 2 normal).
O Galaxy S23 terá três versões: Standard, Plus e Ultra. Nos Estados Unidos, elas vão custar a partir de US$ 799, US$ 999 e US$ 1.199. No Brasil: R$ 5.999, R$ 6.999 e R$ 9.499.
A frequência de 3,36 GHz é bastante alta para uma CPU de smartphone. Por isso, talvez o novo Snapdragon Gen 2 for Galaxy, ou um derivado dele, também rodasse bem um sistema operacional de desktop, como o Windows.
Mas a Samsung preferiu ser conservadora ao apresentar seus novos notebooks. Tanto o Galaxy Book 3 Pro, quanto o Pro 360 (com tela que gira, virando um pseudo tablet) e o Ultra vêm equipados com processadores Core de 13a. geração, da Intel.
Ou seja: ainda não foi desta vez que os laptops Windows migraram para a microarquitetura ARM (como a Apple fez nos MacBooks M1 e M2). A hesitação da Samsung chama a atenção, por dois motivos. No passado, ela chegou a vender notebooks equipados com processador ARM. Eram chips da Qualcomm – cujo presidente estava no evento de hoje, e até subiu ao palco.
Os processadores com arquitetura ARM, presentes nos smartphones, gastam bem menos energia que os da arquitetura x86, produzidos pela Intel e pela AMD. Por isso os MacBooks, que são ARM, alcançam até 17h de bateria – algo ainda distante dos notebooks Windows.
O problema é que, até hoje, os chips da Qualcomm não conseguiram rodar bem o Windows e seus programas. Alguns deles, como o navegador Edge, já ganharam versões ARM e funcionam bem; mas a esmagadora maioria, que ainda é x86, só roda por meio de emulação, o que infelizmente deixa o computador lento. A nova CPU da Qualcomm, com seu núcleo principal de 3,36 GHz, talvez pudesse resolver isso. Ou, quem sabe, ainda não.
Os novos Galaxy Books têm telas OLED de 14 a 16 polegadas, e vão custar a partir de US$ 1.119 nos EUA. No Brasil, os preços ainda não foram divulgados.