“Spider-Man 2” aperfeiçoa a fórmula da série – e é mais um hit do PlayStation 5
Game tem batalhas intensas, bons gráficos e uma Nova York cheia de detalhes; não ousa, mas entrega com brilhantismo o que se esperava
Game tem batalhas intensas, bons gráficos e uma Nova York cheia de detalhes; não ousa, mas entrega com brilhantismo o que se esperava
Lembra de quando você jogou Mario ou Tetris pela primeira vez? A mecânica fundamental desses games (pular e dar cabeçadas, ou encaixar peças geométricas) é tão perfeita, e tão agradável, que conquista logo de cara: dá vontade de passar horas jogando.
A série Spider-Man também é assim: a produtora americana Insomniac, que desde 2018 é responsável por ela (e desde 2020 pertence à Sony), criou um estilo próprio, com batalhas intensas e acrobáticas. Elas são acessíveis, qualquer pessoa consegue jogá-las; e também sofisticadas, com muitas opções de golpes e movimentos.
Spider-Man 2, que será lançado na sexta-feira (dia 20) para PlayStation 5, leva essa fórmula a um novo patamar – porque coloca os dois Homens-Aranha, Peter Parker e Miles Morales, em ação ao mesmo tempo.
Em certos momentos, você joga como um deles enquanto o PS5 controla o outro. Isso transforma o game, e permite aumentar bastante a quantidade de inimigos na tela – o que resulta em lutas ainda mais frenéticas.
O resultado é tão bom que deveria ter sido mais explorado: relativamente poucas missões do jogo usam os dois personagens ao mesmo tempo (na maioria delas, apenas um entra em ação de cada vez). De toda forma, as missões individuais também são satisfatórias, com boa variação de estilos – destaque para as fases stealth, em que você tem de eliminar inimigos aos poucos, sem ser notado.
O enredo é interessante, mas demora para engrenar. No começo, parece que você está apenas fazendo missões secundárias, e meio aleatórias, de Spider-Man: Miles Morales (2020). Após algumas horas de jogo, as peças se encaixam e a história principal (que gira em torno de um simbionte alienígena) começa a fazer sentido.
Os gráficos são excelentes: ainda melhores que os de Miles Morales, lançado junto com o PlayStation 5. Os ambientes e as áreas abertas de Nova York têm mais detalhes, e alguns combates incluem efeitos de luz e partículas – que os movimentos de câmera, marca registrada da Insomniac, ressaltam bem.
Assim como o antecessor, o game permite jogar no modo Qualidade (30 fps) ou no modo Performance (60 fps). O modo 60 fps reduz a densidade de elementos visuais e desliga o ray tracing, o que tem um impacto grande: sem os reflexos nos vidros dos prédios, a cidade fica bem menos bonita. Então é melhor jogar no modo 30 fps, surpreendentemente fluido – você chega a esquecer que não está a 60 fps.
Spider-Man 2 tem 31 missões principais (incluindo algumas em cenários bem diferentes, fora de Nova York), mais uma quantidade razoável de objetivos secundários – o que dá, ao todo, umas 30 a 35 horas de conteúdo.
É ok, compatível com o que se espera de um título “AAA” (de alto orçamento). Mas poderia ser um pouco mais (como em God of War Ragnarok). Outro porém é que o jogo não tem o modo New Game+, que permite refazer a história do começo mantendo os upgrades do personagem (a Insomniac diz que irá adicioná-lo por meio de uma atualização, em dezembro).
Em suma: Spider-Man 2 não inova muito, mas entrega com brilhantismo o que se esperava. É um título quase obrigatório para os donos de PS5 – e mais um hit entre os exclusivos do console.
Spider-Man 2 estará disponível para download a partir de quinta-feira (20), para PlayStation 5, por R$ 349. Também será vendido em mídia física (como na Amazon, veja link abaixo).