Conflitos e provocações entre amigos são algo natural. Mas nem sempre são inofensivos: na verdade, quando viram bullying, podem ser mais prejudiciais do que aquele praticado por outras pessoas.
Essa foi a conclusão de um estudo da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, e publicado este mês no Journal of School Health.
Os autores mediram os efeitos do bullying sobre a saúde de 5.335 estudantes ingleses entre 11 e 15 anos. Foram considerados três tipos de bullying: físico (quando há algum tipo de agressão ou intimidação física), verbal (xingamentos, ameaças, comentários desrespeitosos etc.) e relacional (quando ocorrem agressões emocionais ou psicológicas entre pessoas de um mesmo grupo).
De todos, o bullying relacional se mostrou associado a uma menor qualidade de vida entre os jovens. E, apesar de as meninas serem mais propensas a enfrentar esse problema, o efeito negativo na saúde era igual para ambos os gêneros.
Segundo o estudo, esse tipo de bullying é marcado por ações como ameaças de término de amizades, propagação de rumores falsos, uso de amizade como moeda de troca e exclusão intencional da vítima do grupo de amigos. Como resultado, ocorrem danos ao status social e ao relacionamento da pessoa com os colegas – e tudo isso acaba impactando na saúde dos excluídos.
Kayleigh Chester, pesquisadora do instituto de saúde e ciência humana da Universidade de Hertfordshire e autora principal do artigo, destacou o perigo desse tipo de assédio mais sutil: o bullying relacional ainda não recebe muita atenção de pais e professores e muitas vezes é confundido com simples desentendimentos entre amigos – o que reduz a probabilidade de uma intervenção externa para ajudar as vítimas.
(Via Medical Xpress)