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Como as Pessoas Funcionam Por Blog Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado
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Expressões faciais não revelam emoções, mas intenções

Uma cara de nojo pode indicar que estamos prestes a vomitar, mas também é útil quando queremos que alguém pare de fazer algo que não nos agrada

Por Ana Prado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 abr 2018, 18h30 - Publicado em 16 abr 2018, 18h09
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  • É comum as pessoas pensarem que o rosto revela aquilo que estamos sentindo no momento – se você está bravo ou feliz, isso ficaria claro para quem olha.

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    Mas, de acordo com um estudo recente da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, e da Universidade de Monfort, em Leicester (Inglaterra), nossas expressões faciais teriam um papel bem mais útil: elas podem revelar o que nós queremos de uma interação social.

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    “A cara de choro, por exemplo, é geralmente considerada uma expressão de tristeza, mas nós a usamos para pedir socorro, quer esse socorro signifique segurança, palavras de conforto ou só um abraço”, explica um dos autores, o professor Alan J. Fridlund.

    Segundo ele, isso nos deixa mais próximos dos animais – que, como a ciência tem percebido cada vez mais, também são comunicadores e negociadores sofisticados. Sabe quando seu cachorro faz aquela cara de dó enquanto você está comendo algo que ele deseja muito, só para te convencer a dividir o lanche? Então.

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    “Desde a pré-escola, vemos rostos sorridentes com a palavra ‘feliz’ e rostos tristes com a palavra ‘triste’. Essa pode não ser a melhor maneira de entender expressões faciais. Um macaco no zoológico que sorri para você não é necessariamente feliz – ele está fazendo uma careta de ameaça submissa”, explica Fridlund.

    Nossas expressões faciais, embora obviamente sejam diferentes e mais complexas, são também bem semelhantes às dos animais em vários aspectos – incluindo em sua função como ferramentas sociais em relações envolvendo negociações com outros indivíduos.

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    Expressões não universais

    Publicado no periódico Trends in Cognitive Sciences em março, o estudo apresenta evidências de que as expressões faciais não são universais: aquilo que se pensava anteriormente ser uma expressão universal do medo, por exemplo, tem um significado distinto para os indígenas Trobriand Islanders, de Papua Nova Guiné. Esse povo, que se mantém até hoje distante das tradições ocidentais, usa a expressão como uma exibição de ameaça para assustar os outros até a submissão.

    Não é o que parece

    Além disso, segundo os autores, estudos recentes encontraram pouca evidência de relações entre as expressões faciais e as emoções das pessoas.

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    Uma mesma expressão pode significar várias coisas diferentes – uma “cara fechada”, por exemplo, pode indicar que estamos bravos, mas também podem acompanhar sentimentos de frustração ou até uma prisão de ventre.

    O que importa é que, independentemente de como nos sentimos, essa expressão serve para intimidar ou sinalizar possíveis retaliações contra quem ousar nos importunar. Em outras palavras, essa cara manda uma mensagem de “não encha o meu saco ou você vai se arrepender”.

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    Por sua vez, uma cara de nojo pode indicar que estamos prestes a vomitar, mas também é útil quando queremos que alguém pare de falar sobre um assunto que não nos agrada.

    Função social da expressão

    Outra evidência apresentadas pelo estudo é o fato de fazermos mais expressões faciais quando achamos que estamos sendo observados do que quando estamos sozinhos, ainda que estejamos pensando nas mesmas coisas.

    Em estudos anteriores, Fridlund mostrou que as pessoas que assistem a vídeos engraçados sorriem mais quando estão assistindo com amigos – ou mesmo quando acreditam que um amigo está assistindo ao mesmo vídeo em outro lugar ao mesmo tempo – do que quando estão sozinhas.

    “Quando fazemos algo na companhia de outras pessoas, estamos sempre checando como elas estão reagindo, e elas fazem caretas quando percebem que estamos observando para ver que reações provocam em nós”, explica o pesquisador.

    (Via Futurity.org).

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