Leonardo Da Vinci, Walter Isaacson
Ex-editor da Time e autor das biografias de Steve Jobs e Einstein, Isaacson se debruçou sobre os cadernos que Da Vinci manteve durante a vida e as recentes descobertas sobre sua obra para descrever quem foi o autor da Mona Lisa e uma das mentes mais versáteis da história. Mas esqueça o Da Vinci exemplo intocável de homem renascentista e completo. Expor as peculiaridades do inventor, como não comer carne, ser gay e ter problemas de atenção, é o que torna a biografia ainda mais genial e humana.
Fome, Roxane Gay
Aos 12 anos, Roxane Gay sofreu um estupro coletivo. Manteve o abuso em segredo, e para lidar com o trauma, passou a comer compulsivamente. Seu corpo virou um escudo, uma tentativa de se proteger contra os olhares e ameaças que ela queria afastar. Fome é a autobiografia honesta e corajosa de uma mulher obesa que narra como é a vida quando se tem um corpo que todos se acham no direito de opinar, um corpo que luta para ser aceito pelos outros e, acima de tudo, por ela.
Na minha pele, Lázaro Ramos
Esqueça a onda das biografias chapa branca que está lotando as livrarias. Neste livro, Lázaro Ramos traz experiências pessoais e relatos íntimos para compartilhar com o leitor suas reflexões sobre tomada de consciência, família, respeito às diferenças e pluralidade cultural e racial. Na minha pele é sobre a importância do diálogo que não descamba para os radicalismos fáceis. O livro é um convite inteligente e sincero para ouvir e entender quem nos cerca, um manifesto de empatia escrito por uma das vozes mais representativas da cultura brasileira.
Prisioneiras, Drauzio Varella
Depois do sucesso de Estação Carandiru (1999) e Carcereiros (2012), o médico mais confiável do país terminou sua trilogia sobre o sistema carcerário brasileiro com as mulheres como protagonistas. Prisioneiras é um relato terrivelmente verdadeiro sobre a realidade da Penitenciária Feminina da Capital, que abriga mais de duas mil mulheres, onde Drauzio atendeu por mais de 11 anos. A solidão das detentas, a liberdade sexual no cárcere, as semelhanças com a prisão masculina, as particularidades de um presídio feminino e como a sociedade lida com uma mulher presa são alguns dos assuntos narrados nesta obra que encerra um corajoso ciclo literário. Uma prova de 296 páginas de que a sensibilidade por trás de um bom médicos pode ser a mesma que constrói um escritor talentoso.
Mindset – a nova psicologia do sucesso, Carol Dweck
Se você tem aversão a estrangeirismos, respire fundo: o que dá título a esse livro merece ser relevado pela obra que batiza. Carol Dweck é professora de psicologia da Universidade Stanford e há décadas estuda como reagimos ao fracasso. Em Mindset, ela mostra como a forma com a qual nos relacionamos com as nossas experiências, sejam elas positivas ou não, são determinantes para o sucesso. Ao contrário de depositar as fichas no talento, Carol é uma defensora de que o trabalho duro é a chave para atingir qualquer objetivo.
O livro de Jô – Uma autobiografia desautorizada, Jô Soares e Matinas Suzuki Jr.
Existem biografias escritas para explicar a genialidade da mente do biografado e outras para que o leitor se surpreenda com a vida do protagonista. A autobiografia de José Eugênio Soares, o Jô, é uma união feliz das duas propostas. Prestes a completar 80 anos, Jô narra, com a ajuda de Matinas Suzuki Jr., ex-editor executivo da Folha de S.Paulo, as três primeiras décadas da vida de uma das figuras mais versáteis do século – da infância privilegiada no Copacabana Palace até 1969, às vésperas de estrear na rede Globo, e tornar-se o humorista, ator, dramaturgo, entrevistador e escritor que conhecemos hoje. O livro traz histórias inéditas, como o encontro com Orson Welles e o pedido de perdão do taxista que diz ter matado sua mãe. Bem humorado, perspicaz, impecável, assim como todos os outros escritos do autor – a biografia ganhará um segundo volume em 2018.