Ainda existem colônias ao redor do mundo?
Sim – 17 delas, de acordo com os critérios adotados pela ONU. Saiba quais são, e o que diferencia as colônias de outros tipos de posses territoriais.
Sim – 17 delas, para ser mais exato. O Estado soberano com o maior número de colônias atualmente é o Reino Unido. Ainda existem 10 territórios subordinados aos britânicos ao redor do mundo, incluindo Bermuda, Anguila e Ilhas Malvinas. Os Estados Unidos têm três colônias, a França tem duas, e a Nova Zelândia, uma. A décima sétima colônia, Saara Ocidental, é parcialmente controlada por Marrocos. Veja no mapa abaixo.
Segundo a ONU, esses são territórios em que a população ainda não governa a si mesma. Quando a organização foi formada, em 1945, existiam 72 colônias ao redor do mundo – incluindo Papua Nova-Guiné, Moçambique, Jamaica, entre outras.
Em 1963, a ONU criou um Comitê Especial de Descolonização, também chamado C-24. As 17 colônias acima fazem parte da agenda de atuação desse comitê, que defende a autodeterminação dos povos. “Isso significa que cada povo deveria ter o seu Estado e o direito de se autorregular sem a interferência de outros países”, diz José Luiz Moraes, doutor em direito internacional.
Isso não acontece com as colônias. As leis de Bermuda e Anguila, por exemplo, são praticamente as mesmas do Reino Unido. Os impostos pagos pela população também vão para os britânicos. Em outras palavras, as colônias têm pouquíssima autonomia e representatividade política.
É um caso diferente da Guiana Francesa, nossa vizinha. Ela faz parte da França, como se fosse mais uma província do país. Os franco-guianenses votam nas eleições para presidente da França, possuem representantes no parlamento francês e fazem parte da Zona do Euro.
Já Samoa Americana, uma colônia dos Estados Unidos localizada no Oceano Pacífico, não votou para as eleições presidenciais americanas, pois a ilha não faz parte do país.
Existem outras regiões no mundo que não possuem soberania plena – mas não podem ser consideradas colônias, já que têm alguma autonomia administrativa. Porto Rico, por exemplo, possui constituição e governo próprio eleito, apesar de ser um território dos Estados Unidos.