É raro, mas dá, sim. Para que isso aconteça com uma pessoa saudável é necessário que ela beba mais de 16 litros em 24 horas. Até essa marca, nossos rins costumam dar conta do recado. Acima desse volume, o corpo passa a acumular água em excesso, o que leva à hiperidratação. Nesse estado, a concentração de sais fora das células cai e, para equilibrá-la, uma quantidade anormal de água entra nas células por osmose, inchando-as. O resultado pode ser confusão mental, convulsões, edema cerebral e, por fim, morte.
A essa altura você pode ter se lembrado de histórias de pessoas que morreram de tomar água ao usar ecstasy. De fato, a 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA) – nome científico do princípio ativo dessa droga – aumenta a temperatura e a agitação do corpo, o que dá muita sede. Mas aqui há um agravante. A MDMA turbina a secreção do hormônio antidiurético, o ADH, que nos faz reter líquidos. O usuário então fica com vontade de beber muita água, mas não a libera na velocidade compatível. A literatura médica já descreveu casos de convulsões devido a edema encefálico por intoxicação por água.
1,5 a 2,4 litros é o Consumo ideal de água por dia
10 a 16 litros é a Capacidade diária máxima dos rins
FONTES: Lúcio Roberto Requião Moura, diretor da Sociedade Brasileira de Nefrologia; Luciana Rabello, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia.