Por que a letra Y não é considerada uma vogal?
No português, o “y” cumpre, na maioria das vezes, o papel de semivogal, ou seja, o de uma vogal que funciona como uma consoante. Entenda
O ypsilon não é uma vogal porque alguém quis assim. Se você chegasse antes, poderia dizer que ele é um número, um bicho ou um golpe de MMA.
“No português, o ‘y’ é consoante”, diz Paulo Henriques Britto, professor do Departamento de Letras da PUC-Rio. Na verdade, na nossa língua, o “y” cumpre, na maioria das vezes, o papel de semivogal, ou seja, o de uma vogal que funciona como uma consoante, abrindo ou fechando uma sílaba. Como a semivogal é uma espécie de consoante, ela ficou classificada como uma consoante.
O “y” entrou no alfabeto latino para representar uma letra do alfabeto grego. Na origem, ele era uma vogal. Quando foi adotado pelas línguas europeias, como o inglês ou o português antigo, passou a ser mais usado como uma semivogal. Na palavra yo (“eu”, em espanhol), tem o valor de uma consoante. No inglês, pode representar uma vogal, como em myth (mito).
Letras são apenas símbolos gráficos. O que pode ser classificado como vogal ou consoante é o seu som, o fonema. Quando falamos uma consoante, a corrente de ar que soltamos encontra uma certa obstrução ao fazer o som. Por exemplo, ao dizer “m”, fechamos a boca. Já nas vogais, a corrente de ar não encontra obstrução. O ar sai da boca sem obstáculos quando dizemos “a”.
Bem, voltando ao Y, Luiz Carlos Schwindt, professor do Instituto de Letras da UFRGS, afirma que apesar de ter sido incorporado ao alfabeto português após a reforma ortográfica, ele vai continuar se limitando a palavras de origem estrangeira.