Por que ouvimos alguém chamar quando a música está alta?
Por que ouvimos alguém nos chamar quando colocamos música alta? Anna Gabriella Benite Torricilas Martins, vice-campeã da Copa Oráculo e dona de um nome pomposamente grande SOLTA O PANCADÃO: ATUALIZAÇÃO EM 04/12/2013 Salve, salve, legendária vice-campeã (não faça nenhuma piada com o Vasco não faça nenhuma piada com o Vasco não faça nenhuma piada […]
Por que ouvimos alguém nos chamar quando colocamos música alta?
Anna Gabriella Benite Torricilas Martins, vice-campeã da Copa Oráculo e dona de um nome pomposamente grande
SOLTA O PANCADÃO:
ATUALIZAÇÃO EM 04/12/2013
Salve, salve, legendária vice-campeã (não faça nenhuma piada com o Vasco não faça nenhuma piada com o Vasco não faça nenhuma piada com o Vasco). A resposta é simples: porque o timbre, que nos permite identificar quando sons são produzidos por diferentes instrumentos ou vozes, e a frequência do chamado não são as mesmas da música que você está ouvindo.
Ou seja, não importa o quão absurdamente alto o volume que ela esteja, é possível identificar um som distinto, que acaba se sobressaindo ao fundo. Imagine um prato enorme de purê de batata com uma azeitona no meio. Agora imagine uma piscina cheia de purê e a azeitona em algum lugar na superfície. Pode ficar mais difícil de encontrar, mas ela está lá, perceptível.
Pedro André Kowacs, chefe do Serviço de Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba, explica que, além disso, nós reconhecemos facilmente os fonemas que formam o nosso nome, porque eles já têm um campo receptivo próprio em nosso cérebro.
Assim, a imaginação faz o resto: você pensa ouvir seu nome sendo chamado porque seu cérebro sabe que ouviria, que conseguiria discernir a voz da pessoa da música alta. Segundo Kowacs, estímulos intensos, como a música altíssima que você deve ouvir, causam uma ativação cortical, nem sempre do córtex correspondente ao som, o temporal. Eles acabam chegando em alguma das outras quatro partes dessa região cerebral. Isso ocorre quando sons intensos geram fosfenos, que são fenômenos alucinatórios simples e que fazem você ouvir vozes.
O neurologista ainda ressalta que mesmo quando ocorre essa ativação transcortical, os sons elevados podem gerar estímulos adicionais, dessa vez no córtex certo. Mas eles vêm na forma do som que mais estamos habituados a ouvir, bem disponível na nossa memória auditiva: nosso próprio nome.
Agora volte e leia novamente imaginando um bode da montanha gritando seu nome ao eco: Anna
Anna
Anna
Anna
(imagem: woodleywonderworks)