Por que papagaios têm fama de pet de pirata?
Você preferiria ter um papagaio ou um cachorro à bordo?

A fama começou com o livro A Ilha do Tesouro, um clássico infanto-juvenil de 1883. Na história, o pirata Long John Silver anda com o papagaio Capitão Flint no ombro. O animal (que supostamente tem 200 anos de idade) repete a frase “peças de oito” – uma referência à moeda espanhola da época.
Os personagens têm um fundo de verdade: para começar, essas aves são nativas dos climas tropicais, como o da América Central. Os europeus viam esses animais como espécies exóticas, que podiam ser vendidas a colecionadores ou cientistas.
O explorador e pirata William Dampier já mencionava papagaios falantes na costa do Caribe no século 17, e acredita-se que até Cristóvão Colombo tenha presenteado a Rainha Isabel da Espanha com as aves no século 15. Em resumo, transportar pássaros nos navios que exploravam o Novo Mundo não era incomum.
Além disso, papagaios eram pets de baixa manutenção para os marinheiros. Além de comerem menos que um gato ou cachorro, sua dieta é composta basicamente de frutas e sementes – comidas fáceis de armazenar no navio.
E, caso decidissem se livrar do animal, bastava vendê-lo em algum porto. Sempre havia interessados – o que garantia moedas extras aos pernas-de-pau.
Fonte: National Maritime Historical Society; Atlas Obscura
Pergunta de Arthur de Souza, de Barreiras (BA)