Quais lugares utilizam a mão inglesa?
Não são (só) as ex colônias britânicas. Veja o mapa dos países e territórios que dirigem pela esquerda.
Não são (apenas) as ex-colônias britânicas. Moçambique, por exemplo, foi colonizado por Portugal, mas utiliza a mão inglesa – provavelmente devido à proximidade com uma ex-colônia britânica, a África do Sul. O mesmo vale para Macau, um território que é administrado pela China, mas possui relações mais próximas com Hong Kong (que utiliza a mão inglesa).
Já a Namíbia foi colônia da Alemanha, mas ficou sob administração da África do Sul até 1990 – daí a mão inglesa. A ilha de Samoa, no Oceano Pacífico, optou por trocar para a mão inglesa em 2009, para se adequar ao padrão de outras ilhas da região, como Nova Zelândia e Austrália. Atualmente, 30% da população mundial dirige pela esquerda.
Há também as ex-colônias britânicas que dirigiam pela esquerda, mas optaram por fazer a mudança para a mão direita nos anos 1970, como Sudão, Nigéria e Gana. Os Estados Unidos dirigem pela direita, em parte, como um sinal de independência da coroa britânica.
O país que mais chama a atenção na lista é o Japão, que nunca foi colônia da Inglaterra ou tem qualquer proximidade com um país que dirige pela esquerda. Há algumas explicações: a primeira é que a mão inglesa foi o padrão mundial por muito tempo. A mão francesa (que usamos no Brasil) só começou a se popularizar após a Revolução Francesa e a expansão do império de Napoleão Bonaparte. Essa cultura não se expandiu tanto para o oriente, e o Japão simplesmente não aderiu à mudança.
Também há motivos culturais. Durante o período Edo (de 1603 a 1868), convencionou-se que os pedestres deveriam andar nas ruas sempre à esquerda. Reza a lenda que isso seria uma influência dos samurais, que carregavam as espadas à esquerda do corpo e utilizavam a mão direita para empunhá-las. Andar à esquerda evitava que as armas tocassem, e facilitava o saque.
Mas a mão inglesa só se estabeleceu mesmo no período Meiji (1868–1912), quando o Japão fez uma parceria com a Grã-Bretanha para a construção do sistema ferroviário do país. Os trens, então, andam à esquerda – e o padrão se repetiu nas rodovias.