Todas as estrelas que vemos a olho nu estão na Via Láctea?
Sim. Mas você consegue ver a galáxia de Andrômeda, a mais próxima de nós, sem nenhum auxílio.
Sim. A Via Láctea tem 105,7 mil anos-luz de diâmetro, e a galáxia espiral mais próxima de nós, Andrômeda, está a 2,54 milhões de anos-luz. É uma diferença de ordens de grandeza: se a Via Láctea fosse a Região Metropolitana de São Paulo – uma mancha urbana com uns 60 km –, Andrômeda estaria à distância de Salvador, a 1.400 km.
Há algumas exceções: se ocorresse a implosão de uma estrela gigante em Andrômeda (um fenômeno chamado supernova), ela talvez fosse visível a olho nu. O que dá uma noção do poder desses cataclismas: seria como ver, da capital paulista, uma casa explodir na Bahia.
Há uma questão filosófica aqui: é possível ver Andrômeda como um todo da Terra, a olho nu, em uma noite de céu limpo, sem poluição luminosa de uma cidade. E o brilho de uma galáxia é o brilho combinado das estrelas e demais astros que a compõem, de modo que, embora não seja possível discernir sóis individuais, nós estamos sim olhando para eles em um sentido mais amplo da palavra “olhar”.
As estrelas de Andrômeda, evidentemente, não tem nada de muito diferente das nossas. O Universo, em larga escala, é basicamente homogêneo. Telescópios como o Hubble tem resolução suficiente para fotografar o interior de galáxias próximas, e já fizeram cliques do “interior” de Andrômeda. Olha só:
Pergunta de Téu Borella, via e-mail.