Quando os engenheiros civis e ex-colegas de faculdade Rafael Stucchi, de 27 anos, e Tom Buser, 29, passaram a trabalhar na mesma empresa, há dois meses, resolveram combinar de pedalar juntos até o trabalho. A bicicleta já era o meio de transporte dos dois. Além da companhia de um amigo, eles passaram a ter mais segurança no trânsito de São Paulo. Então, decidiram chamar outros ciclistas para acompanhá-los pelo mesmo caminho.
Rafael e Tom pesquisaram sobre o movimento Bike Bus, presente em diversas cidades como Sydney (Austrália), Toulose (França) e Orlando (EUA), que tem o objetivo de definir um trajeto para ser percorrido de bike, todos os dias, como se fosse uma linha de ônibus. Os adeptos do Bike Bus podem se juntar ou deixar o grupo no ponto que precisarem. São Paulo já experimentou essa prática, mas apenas por um dia, no Dia Mundial Sem Carro do ano passado. Agora, com a iniciativa de Rafael e Tom, o movimento parece engrenar.
Os amigos criaram um evento no Facebook, divulgando a rota de Pinheiros à Vila Olímpia, saindo às 8h e voltando às 18h30, a partir do dia 30/07. Até agora, o evento tem o apoio virtual de 120 pessoas – de ciclistas a simpatizantes da ação. Presencialmente contou com a adesão de quatro “passageiros”, superando em muito as expectativas da dupla.
“Pela nossa experiência, o ideal é que os grupos tenham umas oito pessoas, no máximo dez, porque é difícil conciliar o trajeto e assim não atrapalhamos o trânsito. Não é como uma pedalada, que tem o propósito de passeio. É uma característica diferente”, diz Tom, que acredita na adesão gradual de mais ciclistas ao grupo. Além de não formar multidões, as “linhas” de Bike Bus precisam conciliar a experiência de cada biker. “Na Austrália, por exemplo, os grupos são organizados de acordo com diferentes velocidades: para iniciantes, intermediários e avançados”, conta Rafael.
Como a procura pelo Bike Bus – tanto virtual como fisicamente – foi maior do que a esperada, os dois amigos pensam em ajudar outros paulistanos que desejam pedalar em comboio para o trabalho, como os que usaram o espaço no Facebook para falar sobre novas rotas (já foram sugeridas Vila Leopoldina – Ponte do Piqueri e Vila Madalena – Berrini). “Poderíamos ajudar de alguma forma. Talvez com um site bacana para fazer as pessoas se encontrarem. Se você prestar atenção, vê pela rua muitas pessoas pedalando os mesmos caminhos nos mesmos horários”, diz Tom.
O que acha de pedalar acompanhado até o trabalho? Já pensou que pode organizar algo assim na sua cidade? Se você curtiu a iniciativa, comente aqui, participe do evento no Facebook e faça a sua sugestão!
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Foto: Steven Vance / Creative Commons
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