Global Garbage e os vestígios da folia
No último final de semana, a Skol realizou uma ação nas praias da Barra, em Salvador, com mergulhadores profissionais, catadores e voluntários e conscientizar as pessoas a não jogar lixo nas praias. Em dois dias, foram retirados 450 quilos de detritos em apenas 1 quilômetro de costa, a uma profundidade de 1 a 4 metros.
A iniciativa foi motivada pelas imagens divulgadas no início do mês, no site Global Garbage – da ONG de mesmo nome que dá um panorama sobre o lixo marinho no mundo.
É que dez dias depois do Carnaval, quatro amigos resolveram mergulhar na praia do Farol da Barra por conta de uma denúncia de que ali havia se acumulado uma enorme quantidade de lixo por causa dos dias de festa.
De fato, os meninos encontraram mais de 1.500 latinhas e garrafas, fora pedaços de abadás e outros objetos de plástico no fundo do mar (veja as fotos que eles fizeram enquanto retiravam todo aquele lixo). A mídia local não deu muita importância, mas a notícia se espalhou pela internet.
Só por essa pequena amostra, dá para imaginar quanto lixo está acumulado nos mares e oceanos em todo o mundo.
Ir à praia tem se tornado uma experiência cada vez menos agradável e, muitas vezes, até constrangedora. É cada vez mais fácil ser surpreendido, em pleno mergulho, por latinhas, sacos plásticos, garrafas de água, absorventes femininos e excrementos humanos ou animais.
A Global Garbage foi idealizada em 2001 pelo fotógrafo baiano, radicado na Alemanha, Fabiano Barreto, depois que ele encontrou, nas praias da Bahia, 81 embalagens de produtos estrangeiros, de 70 países diferentes, jogadas ali por navios de outros países e também trazidas pelas correntes marítimas. Não por acaso, o slogan da ONG é Local Beach, Global Garbage (do inglês, Praia Local, Lixo Global).