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14 idiomas em sério risco de extinção

Por Redação Super
Atualizado em 21 dez 2016, 10h12 - Publicado em 19 jun 2014, 20h07

Por Luíza Antunes

A linguagem é uma das mais importantes formas de expressão do ser humano e, devido à sua dinâmica, está sempre em constante mudança. Porém, nas últimas décadas, a extinção de algumas línguas tem crescido assustadoramente. Quando um idioma some, com ele também se vão uma cultura específica, uma visão e expressão sobre o mundo e conhecimentos sociais e científicos.

Segundo o projeto Idiomas em Risco (The Endangered Languages Project) cerca de 40% dos quase 7000 idiomas existentes no mundo correm o risco de desaparecer. Esse projeto usa a tecnologia para alertar as pessoas sobre a extinção de idiomas, além de criar uma ferramenta muito interessante para mostrar a situação das linguagens ameaçadas no mundo, com base no Catálogo de Idiomas em Risco (Catalogue of Endangered Languages – ELCat).

De acordo com esses dados, o Brasil tem 215 idiomas em ameaça de extinção, alguns deles com pouquíssimos falantes restantes. Baseado nos mapas do Projeto Idiomas em Risco, levantamos 14 línguas que têm menos de dez falantes e estão em sério risco de desaparecer da face da Terra. O número de falantes pode variar de acordo com as fontes.

 

14. Crenaque (também conhecido como Botocudo, Aimoré, Nakrehé)

Quantas pessoas ainda falam? 10

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Onde? Minas Gerais, Brasil

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Foto: Jamir Almeida / pib.socioambiental.org

O povo crenaque (ou krenak) vive às margens do Rio Doce, no nordeste de Minas Gerais, perto da fronteira com o Espírito Santo. No período colonial, os índios crenaques foram vítimas de massacres. Segundo um levantamento da Funasa, em 2010, a população do grupo era de 350 pessoas. Segundo o Catálogo de Idiomas em Risco, hoje restam apenas 150. Mas o idioma quase não sobrevive mais. A maior parte dos crenaques fala português. Dominar a língua nativa do povo indígena é privilégio de pouquíssimas mulheres com mais de 45 anos.

 

13. Ongota

Quantas pessoas ainda falam? 8

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Onde? Muts’e, Etiópia

Uma explicação possível para o desaparecimento do Ongota é o fato de que os homens dessa etnia se casaram com mulheres Ts’amakko. Aos poucos, as famílias foram adotando outros idiomas, como o Ts’amakko e o Bannar, e o Ongota se tornou motivo de vergonha. Hoje em dia, as famílias não ensinam mais a velha língua aos seus filhos, para evitar que eles sejam alvo de chacota.

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12. Kanakanabu

Quantas pessoas ainda falam? 6 idosos com idades entre 63 e 81 anos

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Onde? Namasia, Taiwan

O idioma era falado por um povo indígena que vive no sudoeste de Taiwan. Hoje em dia, apenas algumas pessoas idosas dominam o vocabulário Kanakanabu. O resto da comunidade usa o mandarim, língua oficial de Taiwan. Mas a população tenta revitalizar o idioma por meio de músicas, danças e cursos.

 

11. Kawaiisu

Quantas pessoas ainda falam? 5

Onde? Sul da Califórnia, Estados Unidos

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kawaiisu

Essa língua deriva do idioma asteca e foi comum entre grupos indígenas que viviam na Serra de Tehachapi, no sul da Califórnia, perto de Los Angeles. A população Kawaiisu foi diminuindo ao longo do tempo e hoje há mais ou menos 100 pessoas no grupo. Mas apenas 5 ainda falam o idioma. Todos os grupos indígenas que viviam próximos aos Kawaiisu falavam idiomas diferentes, de outras famílias linguísticas, o que os deixava isolados.

 

10. Paakantyi (também conhecido como Darling)

Quantas pessoas ainda falam? Entre 2 e 5

Onde? Nova Gales do Sul, Austrália

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A língua Paakantyi pertence a um grupo aborígene que vivia às margens do Rio Darling, no sudeste da Austrália. Há poucos dados sobre o povo ou sobre o número de pessoas que dominam o idioma. Segundo a publicação Ethnologue: Languages of the World, havia 24 falantes nativos de Paakantyi em 2006. Mas registros mais recentes mostram que o número pode ter sido reduzido a menos de cinco pessoas, atualmente. O idioma tem diversos dialetos, que são listados por alguns estudiosos como línguas diferentes.

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9. Ata

Quantas pessoas ainda falam? Entre 2 e 4

Onde? Ilha de Negros, Filipinas

Ata é um dos idiomas falados pelos Aeta, um povo indígena de pele escura que vive isolado em uma região montanhosa na ilha de Luzon, a maior das Filipinas. O povo Aeta é provavelmente um dos mais antigos a habitar o arquipélago. A parte inusitada é que todos os poucos falantes de Ata vivem na ilha de Negros, não em Luzon.

 

8. Tehuelche

Quantas pessoas ainda falam? 3 ou 4

Onde? Região do Rio Santa Cruz, Argentina

O povo tehuelche habita a Patagônia, no sul da Argentina, há mais de 14 mil anos. Hoje, a população tehuelche tem cerca de 200 pessoas, e menos de cinco são fluentes no idioma original do povo. A língua tehuelche tem 25 consoantes e 3 vogais e, apesar de ser pouquíssimo falada, é bastante estudada por linguistas.

 

7. Poyanawa

Quantas pessoas ainda falam? 2

Onde? Acre, Brasil

Dos 32 idiomas conhecidos da família Panoan, 14 já foram extintos. E o Poyanawa, falado por apenas dois índios numa aldeia do Acre, parece seguir o mesmo caminho.

 

6. Kusunda

Quantas pessoas ainda falam? 2

Onde? Oeste do Nepal

Uma estimativa de 2008 indicava que havia 8 pessoas fluentes no idioma. Mas uma pesquisa mais recente, de 2012, mostrou que só restavam 2 falantes de Kusunda no mundo. Uma delas é Kamala Khatri, que saiu do Nepal para tentar encontrar trabalho. A outra é Gyani Maiya Sen, que você vê no vídeo abaixo. Segundo ela, outras pessoas da etnia (a população estimada é de 100) sabem falar algumas palavras em Kusunda, mas não conseguem se comunicar bem. Diferente do que acontece com outros idiomas citados nessa lista, não há programas de governo para apoiar a revitalização do Kusunda. Gyani já tem 77 anos e, quando morrer, é possível que o idioma não demore a desaparecer também.

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5. Yagan

Quantas pessoas ainda falam? 1

Onde? Ilha Navarino, Chile

Yagan era um idioma indígena falado por povos de Tierra Del Fuego, um arquipélago isolado que fica ao sul da América do Sul. Com o passar do tempo, o número de falantes nativos do idioma foi reduzindo até chegar à marca atual: um. Cristina Calderón é a única representante viva dos povos da Tierra Del Fuego.

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Leia também: 7 palavras estrangeiras (quase) intraduzíveis

 

4. Akkala Saami

Quantas pessoas ainda falam? 1 ou 2

Onde? Península de Kola, Rússia

Havia 8 falantes nativos no início dos anos 1990, mas somente um ainda está vivo. O idioma era falado em algumas vilas na região de Siida, perto da fronteira entre Rússia e Finlândia. Em 2003, a última mulher fluente em Akkala Saami morreu, deixando apenas algumas pessoas com um certo conhecimento do idioma. Hoje, pouquíssimas pessoas conseguem se expressar em Akkala Saami.

 

3. Zaramo

Quantas pessoas ainda falam? Número indefinido de idosos

Onde? Na costa da Tanzânia, entre Bagamoyo e Dar es Salaam.

Wassaramoleute im Festschmuck

O grupo étnico tem cerca de 200 mil pessoas, mas a maior parte delas fala suaíli, a língua oficial da Tanzânia. Sobre o Zaramo, restaram poucas informações. Sabe-se que a língua faz parte da família nigero-congolesa, a maior entre os grupos de idiomas da África.

 

2. Korana

Quantas pessoas ainda falam? 4

Onde? Bloemfontein e Kimberley, África do Sul

Em 1977, a estimativa era de que havia 50 nômades falantes de Korana. Com o passar do tempo e a morte dessas pessoas, acreditou-se que o idioma estava extinto. Em 2011, foram descobertos 4 idosos que falavam a língua. No ano seguinte, só uma dessas pessoas continuava viva. Por algum motivo, ela se recusa a falar no idioma, o que torna os estudos ainda mais difíceis e imprecisos. Metade das palavras em Korana começam por “cliques”, assim como várias outras línguas africanas.

 

Leia também: Quais as línguas mais difíceis de aprender?

 

1. Luo

Quantas pessoas ainda falam? 0

Onde? Camarões

Em 1995, apenas uma pessoa falava Luo no mundo inteiro. De acordo com outra estimativa mais recente, não há mais ninguém que domine o idioma.

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