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6 coisas ruins que podem ser ditas sobre “O Hobbit” (e por que elas não importam)

Por Otavio Cohen
Atualizado em 21 dez 2016, 10h11 - Publicado em 11 dez 2012, 18h54

Chegou o momento. “O Hobbit – Uma Jornada Inesperada” finalmente estreia no dia 14 de dezembro. A SUPER já assistiu, e aposta: ele vai entrar na sua lista de favoritos. Por isso, não se preocupe se a crítica especializada não tratar o filme do jeito que você acha que ele merece. Críticos de cinema são treinados para detectar atuações ruins, furos no roteiro e microfones que vazam no canto do quadro. Leigos também – sem o envolvimento emocional, eles apontam falhas com muito mais facilidade. Mas se você é desses que conhece a história dos livros de cabo a hobbit, a opinião dos outros não vai fazer diferença. Veja por quê.

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1. “O Hobbit” é longo demais

“O Hobbit – Uma Jornada Inesperada” é aquilo tudo que você esperava que fosse. No mau sentido, inclusive. Quem nunca teve envolvimento emocional com a obra de Tolkien provavelmente vai esperar as luzes se acenderem logo. Não são muitos filmes que ultrapassam os 120 minutos impunemente. “O Hobbit” tem 166, mas você vai perdoá-lo. Afinal, quase dez anos de espera não podem ter sido em vão – e Peter Jackson aproveita muito bem cada minuto da sua atenção na sala de cinema. E a gente arrisca dizer que, enquanto muita gente acha três horas tempo demais, você com certeza sairá da sessão ansioso pelas próximas seis horas da franquia.

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2. “Peter Jackson errou a mão e encheu linguiça”

Já viu o Peter Jackson falar sobre o filme? Além de parecer um personagem da Terra-Média com roupas do mundo real, o cara parece estar se divertindo muito. A razão é óbvia: ele é muito fã de Tolkien. E curte pra caramba fazer cinema. Mas não tem a mínima pretensão de fazer cinema cabeçudo e nem de criar grandes obras de arte indefectíveis. Peter Jackson bebe da mesma fonte de Steven Spielberg e George Lucas. Para esses caras, entretenimento e diversão são coisas muito sérias.

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Ok, mas uma adaptação de três filmes para um livro de menos 300 páginas não é um exagero? Será que não é só uma oportunidade de ganhar mais dinheiro na base da encheção de linguiça? Também. A primeira franquia arrecadou quase três bilhões de dólares. Óbvio que tem muito intere$$e envolvido. Mas você sabe muito bem que assunto para preencher 166 minutos é o que não falta.

3. “O filme não é fiel ao livro“

Quando Peter Jackson assumiu, em 2010, a direção de “O Hobbit”, ele também encarou uma responsabilidade gigante. Não foi um compromisso de ser totalmente fiel às páginas do romance. Livro é livro, filme é filme, e uma mudança que não comprometa a essência da obra original não diminui a qualidade da adaptação. Também não foi só um compromisso com os fãs. A obra de J. R. R. Tolkien tem influenciado a literatura de fantasia e alimentado gerações de admiradores por sete décadas. Mas, convenhamos, se todo cineasta ou estúdio cinematográfico fizesse de tudo para atender as expectativas dos fãs, filmes como Batman & Robin e Homem-Aranha 3 nunca teriam sido feitos. Para desbancar de vez esse argumento, a gente adianta: o filme tem vários elementos que não existiam no livro. Mas nada foi inventado. Existe uma explicação…

4. “O universo de Tolkien é complicado demais”

A Terra-Média é uma gambiarra. “O Hobbit” foi lançado em 1937 e “A Sociedade do Anel”, em 1954. Entre um e outro, Tolkien começou a desenvolver um universo com geografia, história e até cosmologia próprias. Ele criou novos idiomas, raças, hábitos culturais, guerras. São milênios de histórias. Só que a maior parte delas nem passava pela cabeça de Tolkien quando ele criou Bilbo. Então, essas novas histórias da Terra-Média precisavam funcionar ‘retroativamente’. Ou seja, Tolkien desenvolveu melhor temas que já tinham sido citados por alto em “O Hobbit”, como a rixa entre anões e elfos e, óbvio, a lenda da criação do Um Anel (que é só um elemento secundário no primeiro livro, mas que ganha importância na trilogia seguinte. A do Peter Jackson fez um grande favor ao aproveitar o máximo que podia a genialidade contida em outras obras de Tolkien na adaptação de sua obra mais simples. E, se você se esforçar um pouquinho, nem é tão difícil assim de entender. Pelo contrário.

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5. “O Hobbit” é para crianças

Toy Story 3 também é feito para públicos “de todas as idades” e é um dos melhores filmes da década (até os críticos concordam). A trilogia “O Senhor dos Anéis” tem momentos tensos, lida com temas durões como a corrupção do homem, o bem e o mal, senso de responsabilidade e perseverança. “O Hobbit” é bem mais leve – e faz rir do início ao fim. Mas não quer dizer que não tenha ação e que não toque em assuntos delicados. É verdade que o livro foi feito para crianças. E até nisso a adaptação é coerente. Mesmo que a maior parte do público de Tolkien seja formada por nerds adultos, o filme foi feito para uma criança de 10 anos entender – e curtir muito. Em vários momentos, a aventura lembra “Os Goonies”, “Indiana Jones” e até “A História sem Fim”. E não tem como isso ser um defeito.

6. “O Hobbit” não chega aos pés de “O Senhor dos Anéis”

Ok, eu sei, você vai discordar, espernear, falar de como a história da Guerra do Anel é bem mais complexa e cheia de nuances e como “O Hobbit” é infantil. Mas “O Hobbit” é melhor. Lembre-se: o livro tem 298 páginas. Só “A Sociedade do Anel” tem 434 – e o primeiro momento de ação só acontece por volta da página 200, quando o grupo que escolta Frodo até Mordor é atacado pela primeira vez. Tolkien é genial, ninguém diz o contrário. Mas muitos livros seus se perdem em descrições longuíssimas de paisagens, pessoas e histórias. Isso conta muito a favor da construção conceitual da mitologia, mas, do ponto de vista narrativo, é um problema. Não é só nesse campo que o primeiro romance de Tolkien vence. Bilbo é muito mais simpático – e até do ponto de vista literário, um personagem mais interessante que Frodo. A mudança pela qual ele passa em 300 páginas é muito mais significativa do que as questões morais de seu primo. “O Hobbit” também tem mais Gandalf – e, você sabe, quanto mais Gandalf, melhor. Para terminar, o argumento mais irrefutável de todos: sem “O Hobbit”, a Terra-Média talvez nunca tivesse existido – e você teria um candidato a menos na sua lista de filmes favoritos. Críticos cumprem a importantíssima função de apontar quais são os melhores filmes do mundo, mas não são capazes de interferir no significado que um filme tem na sua vida. E “O Hobbit” vai significar muita coisa.

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