7 casos de alergias incomuns
Insetos, alimentos, tecidos, poeira. São muitas as causas de alergias – um quadro clínico que nada mais é do que uma resposta do sistema imunológico à presença de uma substância estranha ao organismo ou à hipersensibilidade causada por um estímulo externo. Sua explicação é simples, mas seus sintomas geralmente são bastante incômodos – ainda mais quando se tratam de casos raríssimos na ciência. A SUPER listou 7 casos de alergias que não só são incomuns como também dão muita dor de cabeça (às vezes, literal) para quem sofre com elas.
1. Alergia à água
Basta o contato da pele com a água para que uma reação alérgica apareça – e os efeitos podem demorar até duas horas para desaparecer. Diferente de outros tipos de urticária, causadas pela liberação de histamina, a urticária aquagênica é geralmente provocada por uma rara hipersensibilidade às substâncias presentes na água não-destilada, como o cloro. A doença rara não causa inconvenientes só no momento de se banhar: suor, lágrimas e até mesmo a ingestão de um pouco d’água para aliviar a sede são grandes desafios para quem sofre da doença que ainda não possui cura.
2. Alergia ao frio
Se você sempre achou a expressão “morrendo de frio” um tanto exagerada, saiba que ela pode ter uma interpretação literal. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, a exposição ao frio intenso pode causar urticárias graves em jovens adultos acometidos pela doença, que tem incidência estimada em 0,05% da população. Geralmente motivada pelo contato com ar, líquidos ou objetos frios, a alergia à temperatura baixa pode causar urticárias generalizadas, dores de cabeça, hipotensão e até perda de consciência. O risco de morte aumenta em casos de mergulhos em águas geladas ou pelo consumo de bebidas ou comidas geladas, que podem causar o inchaço da laringe e, consequentemente, provocar a sufocação. A boa notícia é que em 50% dos pacientes a doença sofre remissão em até cinco anos.
3. Alergia ao próprio filho
A alergia um tanto inusitada atinge principalmente as mães de primeira viagem. Foi o caso da britânica Dayle Byrom, que durante a 20ª semana de gestação sofreu com os sintomas do que os médicos chamam de Erupção Polimorfa da Gravidez (EPG). Apesar de não afetar o bebê, a alergia causa grande desconforto na mãe, incluindo extrema coceira e vermelhidão. Não há consenso no que diz respeito à causa exata do quadro – estudos conduzidos pela Dra. Samantha Vaughan-Jones, da British Association of Dermatologists, indicam que há mais casos entre mães carregando filhos do sexo masculino, o que levanta a possibilidade da alergia ser resultado de uma reação à testosterona gerada pelo feto, embora não haja ainda confirmação científica. A boa notícia é que a dermatose é curada após o nascimento e não costuma se repetir nas gestações seguintes.
4. Alergia a exercícios físicos
Um aviso aos preguiçosos de plantão: você não ia querer ter alergia a exercícios físicos só para poder continuar sentado no sofá. A alergia, associada a 17% dos casos de urticária crônica auto-imune segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, possui um quadro clínico pouco agradável: além de coceira intensa, sensação de calor, ruborização, urticária gigante, inchaços, tonteira, vômitos, cólica e diarreia, em casos extremos pode levar até à morte. Podendo ser desencadeada pela ingestão de alimentos e remédios, o ideal é fazer um acompanhamento médico em caso da manifestação de sintomas da alergia.
5. Alergia ao sêmen
No mundo, foram documentados pouco mais de 80 casos da rara alergia também chamada de “hipersensibilidade ao plasma seminal humano”. Os sintomas, normalmente manifestados logo depois do contato com o líquido durante o sexo, incluem queimação, inchaço, coceira, dificuldade para a respiração, hipotensão e náuseas. Muitas vezes confundida com uma DST, a alergia pode ser evitada com o uso de camisinha e seu tratamento é simples.
6. Alergia ao sol
Não adianta apenas usar filtro solar. A doença, também chamada de erupção cutânea fotoalérgica, fotoalergia ou fotodermatose, é causada por uma reação do sistema imunológico desencadeada pela exposição ao sol. Suas causas podem ser várias – acumulação na pele de substâncias tóxicas depois da incidência solar, sensibilidade causada por medicamentos ingeridos ou fatores hereditários.
7. Alergia à vida moderna
Ou, mais especificamente, à eletricidade e aos campos magnéticos. “A sensibilidade à radiação eletromagnética é o problema de saúde do século XXI. É imperativo que os profissionais de saúde, governos, escolas e pais aprendam mais sobre a condição. Os riscos para a saúde humana são significativos”, afirma o pesquisador William Rea, fundador e diretor do Centro de Saúde Ambiental e Ex-Presidente da Academia Americana de Medicina Ambiental. Autor de um importante estudo sobre a existência dos aspectos clínicos da sensibilidade elétrica, Rea é um dos poucos estudiosos que se dedicam ao estudo da rara condição ainda pouco explorada pela ciência.
Os casos pipocam na internet de tempos em tempos: em 2004, a alemã Petra Smith relatou o desenvolvimento da alta sensibilidade na vida adulta. Ela sofre com reações extremas provocadas pela proximidade a aparelhos eletrônicos – incluindo insônia, ataques de pânico, náusea e dores de cabeça. Em 2007 foi a vez do DJ britânico Steve Miller, cuja hipersensibilidade é causada pela presença em ambientes com rede wi-fi – ou seja, ele dificilmente está à salvo. Tudo vale para desencadear uma reação adversa: de equipamentos de som a tomadas. A exposição a qualquer tipo de campo eletromagnético pode causar sintomas neurológicos e alérgicos.
Imagens: Wikimedia Commons