Não havia dúvidas: Inferno (Ed. Arqueiro, 448 pgs., R$ 39,90) seria um best-seller de nascença! Dan Brown é um dos principais autores da atualidade, tendo conquistado uma legião de fãs ao redor do mundo e escrito um dos livros mais vendidos de todos os tempos – O Código da Vinci.
Apesar da fama, eu desconhecia o estilo do escritor até então. Buscando algo que pudesse me prender às páginas, acabei dando uma chance ao livro. Se eu soubesse o que encontraria – enredo gostoso e fácil de ler, em um mix de thriller enigmático, simbolismos e reviravoltas –, já teria buscado Dan Brown há muito tempo.
O mistério se faz logo no início. No meio da noite, o renomado professor de Harvard, Robert Langdon, acorda de um pesadelo num hospital. Desorientado e com um ferimento à bala na cabeça, ele não tem a menor ideia de como foi parar ali. Tem um choque quando descobre que está em Florença, pois não se lembra de ter deixado os EUA. Ele não tem nenhuma recordação das últimas 36 horas.
Quando um novo atentado contra sua vida acontece dentro do hospital, ele ganha a ajuda da jovem médica Sienna Brooks. De posse de um macabro objeto que Sienna encontrou no paletó de Langdon, os dois partem numa jornada alucinante pela Itália para obter respostas. Robert precisa usar sua grande habilidade como simbologista para salvar a própria vida e conter uma ameaça que pode destruir toda a humanidade.
A história se desenvolve em capítulos curtos, o que é muito bem vindo. O andar dos episódios é rápido e, como o TdF Gustavo Birolini já disse, cria no leitor o famoso espírito “vou ler só mais um”. Mas, apesar de toda a ação logo no começo, eu não me senti apegado ao livro de cara, e acho que foi por não haver uma construção imediata dos personagens. Nós vamos conhecendo cada um aos poucos. Depois que eu engatei na história, o ritmo fluiu muito bem.
Somos colocados na posição do protagonista: também não sabemos o que aconteceu e no que ou em quem confiar. Gosto do estilo quebra-cabeça, em que vamos montando peça por peça o mistério central e desvendando os enigmas. É assim que Inferno funciona, nessa sensação prazerosa de te surpreender cada vez mais, às vezes até te fazendo acreditar numa verdade que, depois, se revela mentira!
Também contamos com aulas muito legais e interessantes de história e arte. Sempre há obras, quadros e monumentos cujas histórias merecem ser contadas. O autor não deixa nada para trás, explicando muito bem e descrevendo em detalhes. Joguei no Google os nomes das obras algumas vezes para visualizar melhor as situações no decorrer do livro. Embarcamos numa viagem à Florença, com direito a guia turístico!
Inferno é um livro divertido e que aborda um tema moderno, com fortes reflexões para problemas atuais. Dá para notar que é uma obra bem trabalhada, que exigiu muita pesquisa e informação. O desfecho não me decepcionou e, embora seja uma grande jornada para chegar até lá, vale a pena conferir. Dan Brown me deixou uma ótima primeira impressão.
A intenção do autor é escrever mais oito livros com Robert Langdon, então essa fórmula de reviravoltas, arte e enigmas ainda deve se repetir outras vezes. Inclusive nas telonas, quando a adaptação de Inferno chegar aos cinemas, em dezembro de 2015!
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