Atualmente, é um pouco difícil achar filmes bons com roteiros originais, já que o cinema foi tomado por uma onda de adaptações e remakes. Isso pode não ser bom às vezes, pois nem sempre o novo filme capta a essência do original. Mas não é o caso de RoboCop, remake do original de 1987 dirigido pelo brasileiro José Padilha.
A história do policial Murphy, que perde a maior parte do seu corpo em um acidente e tem que se tornar um ciborgue, virou febre nos anos 80, numa época em que o futuro era o tema mais adorado e, só de ver uma máquina tão tecnológica atirando em coisas, as pessoas já ficavam satisfeitas.
Mas o que fazer quando o futuro já chegou e robôs já não são tão impressionantes? Trazer problemas atuais à tona usando metáforas tecnológicas e melhor computação gráfica! Foi isso que Padilha (diretor também de Tropa de Elite) trouxe para esse remake, com um roteiro rápido e uma história secundária muito bem desenvolvida.
Além de ter que atirar em cada coisa que se mexe, Alex Murphy tem que encontrar seu lugar no mundo depois de deixar grande parte dele para trás. Ele deve se reconciliar com sua família e ainda precisa descobrir quem são seus verdadeiros inimigos: aqueles que ele foi construído para combater ou aqueles que o construíram.
RoboCop traz efeitos visuais incríveis e um pouco de violência gratuita pra relembrar o clássico. Também tem a hilária participação de Samuel L. Jackson, que serve de alívio cômico para cenas muito tensas. O recurso de mostrar várias cenas simultâneas lembra um pouco Tropa de Elite e dá dinâmica ao roteiro, mas também deixa quem assiste meio perdido.
Para os nostálgicos de plantão, os amantes de ficção científica e os viciados em FPS, esse remake é mais do que indicado.