Wes Craven é um dos maiores nomes do terror americano, tendo contribuído principalmente para o gênero Slasher. Tem como marca registrada suas personagens femininas fortes, vilões sádicos, jovens babacas, objetos beeem cortantes e, é claro, muito sangue. Sua filmografia é uma das mais violentas do gênero, angariando um monte de fãs.
O cineasta morreu no dia 30 de agosto de 2015 e completa dois meses e um dia de falecimento no Halloween desse ano, dia 31 de outubro. Fizemos uma retrospectiva de suas maiores obras e um apanhado de seu legado à indústria cinematográfica.
1) Aniversário Macabro (Last House on the Left), 1972
Já em seu primeiro trabalho, podemos notar um pouco do estilo clássico de Craven. Aniversário Macabro é considerado um dos filmes mais violentos já feitos, contando a história de duas amigas de 17 anos que são raptadas por um grupo de serial killers. Com muita nudez, estupro, assassinatos e perversão, o filme foi proibido em vários lugares.
Craven viria a retomar o tema “quadrilha de sádicos” em seu segundo filme, além de consagrar-se mais futuramente no gênero teensplotation horror com Hora do Pesadelo e Pânico. Há um pouquinho de cada filme de Craven em seu primeiro e, por isso, Aniversário Macabro figura como obrigatório para que se possa conhecer o cineasta.
2) Quadrilha de Sádicos (The Hills Have Eyes), 1977
Em seu segundo filme, Craven continuou sádico – e a tradução brasileira só reforça isso. No corte final, foi definido como x-rated, só podendo entrar em circuitos limitadíssimos (cinemas pornô, por exemplo). O diretor teve então que fazer um novo corte, dessa vez mais soft.
O longa conta a história de uma família que, em viagem, se perde e bate de frente com um grupo de canibais. O diretor diz que as semelhanças com O Massacre da Serra Elétrica (1974) são propositais, em função de ser fã daquela produção.
3) Benção Mortal (Deadly Blessing), 1981
Wes Craven é conhecido pela presença de mulheres como protagonistas em suas narrativas e, em Benção Mortal, ele apresenta ninguém mais, ninguém menos, que Sharon Stone, ainda uma menina. No filme, ela fica viúva após uma morte um tanto misteriosa numa aldeia Amish, onde também havia um culto um tanto doentio. O filme tem a famosa cena de uma aranha entrando na boca de Lana (Sharon Stone).
4) A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street), 1984
Um dos vilões mais clássicos da história do cinema surgiu no ano de 1984. Freddy Krueger redefiniria por completo o que é um verdadeiro pesadelo. O sucesso foi tão grande que rendeu mais cinco sequências, um crossover com Jason e um remake em 2010. A ideia de Craven para Freddy era de um psicopata mais sombrio, o que não se repete nas sequências, nas quais a personalidade do assassino tende para o tom sarcástico, com cenas de humor negro.
Sem dúvidas, Craven conseguiu fazer mais de uma franquia ser considerada clássica na história de terror (além dessa, há Pânico). Freddy já foi listado como um dos cem melhores personagens da história do cinema.
5) As Criaturas Atrás das Paredes (The People Under the Stairs), 1991
Esse é um filme que passou meio despercebido pelos não-fãs do diretor. Mas não que isso indique ruindade: é um filme com o selo Craven de qualidade, então não fique relutante para assistir.
O protagonista dessa vez é atípico para os filmes de Wes. Fool é uma criança negra que passa dificuldades financeiras com sua família e, com uma chance de ajudar na casa, ele decide roubar pertences de uma família, acreditando serem pessoas más. Quando ele invade a casa, descobre a verdade sobre o casal.
O filme contém suspense, comédia, drama e clichês. A curiosidade é que o filme surgiu de um caso real: assaltantes invadiram uma casa e, após escutarem ruídos, descobriram uma porta que levava a crianças que foram trancadas pelos pais, sem nunca poderem sair.
6) A Maldição dos Mortos-Vivos (The Serpent and the Rainbow), 1988
Nos dias de hoje, pode-se dizer que o tema zumbi está bem saturado, tanto pelos diversos filmes ou por The Walking Dead. Estamos acostumados com um vírus ou uma doença que faz com que os mortos voltem a andar na Terra. A Maldição dos Mortos-Vivos (1988) é totalmente diferente do que vemos hoje. O longa nos brinda com práticas vodus na experiência real de Wade Davis.
A história gira em torno do Dr. Dennis Alan, um antropólogo que recebe a proposta de uma viagem para o Haiti com o intuito de investigar um caso de um homem que havia morrido, sido enterrado e, agora, havia voltado a andar entre os vivos. Chegando ao país, ele descobre que essa façanha é permitida por meio de um pó que faz com que se possa ressuscitar qualquer pessoa. Mesmo cético, o Dr. Alan se insere na cultura do povo e em suas crenças para entender o que se passa e o real significado dessas “magias”.
Craven consegue nos deixar bastante agoniantes com algumas cenas e tensos em outras. Porém o filme traz mais que sustos e medos: ele tem um foco no aspecto político e cultural do Haiti e usa os zumbis como pano de fundo para críticas.
7) O Mestre dos Desejos (Wishmaster), 1997
Até aqui, listamos apenas filmes que Craven dirigiu. Em O Mestre dos Desejos, ele atuou como produtor, mas está valendo. A franquia se tornou uma quadrilogia, trazendo o vilão Djinn para a galeria de antagonistas clássicos de Craven.
Você com certeza já desejou muitas coisas em sua vida, mas e se, por um momento, surgisse alguém que pudesse realizar três de suas escolhas, com a condição de, no final, você perder sua alma em troca desses favores? Sim, é possível, pois essa criatura demoníaca se chama Djinn e foi libertada de seu sono acidentalmente por uma treinadora de basquete infantil, Alexandra.
O Djinn pode assumir a forma humana, afinal a sua aparência original é um tanto quanto assustadora. Ele é um ótimo personagem, sarcástico e inteligente, e está preparado para distorcer os sonhos de Alexandra. O primeiro filme é divertido, criativo e tem um ótimo elenco. Pode não ter o melhor personagem de terror, afinal a lista é grande e bem competitiva, mas o mestre dos desejos vai conseguir te conquistar.
8) A Sétima Alma (My Soul to Take), 2010
Um acontecimento sangrento ocorreu no que era para ser mais uma noite normal na cidade de Riverton. Nessa mesma noite, o assassino Estripador desapareceu e foi dado como morto, além de sete crianças terem nascido no hospital da cidade.
Agora, 16 anos depois, moradores estão desaparecendo misteriosamente. Será que o psicopata sobreviveu e voltou para aterrorizar os habitantes? Bug (Max Thieriot) é um dos sete adolescentes que nasceram naquela noite sangrenta e cabe a ele o desafio de ter que enfrentar um mal que não descansará enquanto não terminar o que começou no dia em que ele nasceu.
9) O Monstro do Pântano (Swamp Thing), 1982
Se engana amargamente quem pensa que Craven não dedicou seu tempo para dar vida a monstros inicialmente ausentes das telonas, como é o caso de O Monstro do Pântano, uma quase esquecida adaptação do personagem da DC Comics.
Craven escreveu e dirigiu esse filme numa época em que adaptações de quadrinhos estavam bem longe de ser o que eram hoje, no começo dos anos 1980. O Monstro do Pântano foi, impressionantemente, apenas o segundo personagem dos quadrinhos da DC a ganhar vida nas telonas até então (o primeiro havia sido o Superman).
10) Amaldiçoados (Cursed), 2005
Foi lançado em 2005 e conta a história dos irmãos Ellie e Jimmy, que, após sofrerem um acidente de carro em uma estrada pouco movimentada, tentam ajudar o motorista do outro carro, porém são atacados por um lobisomem. O monstro lhes poupa a vida, mas os amaldiçoa, fazendo com que, aos poucos, eles deixem de ser humanos e passem a ser feras sanguinárias.
Assim começa a trama do filme, que lida com a busca dos irmãos para descobrir a identidade humana do lobisomem que os atacou e mandá-lo para Belize, assim quebrando a maldição.
11) Pânico (Scream), 1996
Uma das franquias de horror mais bem-sucedidas da história, serviu de “inspiração” a várias outras do subgênero terror adolescente.
A franquia é irregular, mas o primeiro (que deu início ao sucesso) e o último (que é meio que um remake modernizado do primeiro) são os melhores. Como citado na trama, há quatro princípios básicos nos filmes de terror: “não sobreviverá se fizer sexo”, “não sobreviverá se beber ou usar drogas”, “não sobreviverá se disser ‘volto num instante’” e a última, mas não menos importante: “todos são suspeitos”.
Com uma trama que não se leva a sério, zombando dos clichês da indústria, Pânico é o filme perfeito para assistir entre amigos no 31 de outubro. Só não fique de papinho no telefone…
MAIS SEMANA DE HALLOWEEN
– 5 remakes de clássicos do terror
– 5 filmes de terror baseados em fatos reais
– 3 aparições de fantasmas no cinema
– As 5 trilhas-sonoras mais enlouquecedoras dos filmes de terror