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50% dos alunos que ameaçam violência na escola faziam tratamentos psiquiátricos, aponta estudo

Estudo americano analisou 157 casos, registrados ao longo de 20 anos - e constatou que muitos dos estudantes tinham problemas psiquiátricos e históricos traumáticos

Por Leo Caparroz
Atualizado em 19 jun 2023, 17h08 - Publicado em 19 jun 2023, 17h05

Um grupo de pesquisadores especializados em psiquiatria infantil conduziu um estudo para entender mais sobre a saúde mental de alunos que ameaçam ataques em escolas. A pesquisa revelou diversos diagnósticos psiquiátricos, necessidades educacionais e de tratamento dessas crianças e jovens – com histórico de abuso ou trauma sendo comum para eles.

Os cientistas investigaram as avaliações de ameaça psiquiátrica de 157 jovens na escola, com idade média de 13 anos, avaliados entre 1998 e 2019. Abrangendo 19 distritos escolares no estado americano de Nova York, o estudo teve alunos de diversas classes e tipos de alunos. Dos estudados, 88.5% eram meninos e 79.7%, brancos.

“As avaliações de jovens que fazem ameaças precisam ir além da simples avaliação da ameaça em si e devem incluir a identificação de problemas psiquiátricos subjacentes”, explica Deborah Weisbrot, principal autora do estudo e professora clínica do Departamento de Psiquiatria na Stony Brook University. “E as avaliações psiquiátricas de estudantes que fazem ameaças de qualquer tipo podem levar a revelações sobre diagnósticos psiquiátricos e tratamentos cruciais e recomendações educacionais”.

Para o estudo, uma “ameaça” era a expressão da intenção de prejudicar ou agir violentamente contra alguém ou alguma coisa. Dos estudantes, 80% fizeram ameaças verbais e 29.3% trouxeram uma arma para a escola.

A maioria dos estudantes tinham quadros de diagnósticos psiquiátricos, como déficit de atenção/hiperatividade, dificuldade de aprendizado, depressão, ansiedade ou transtornos do espectro do autismo – geralmente em combinações. Histórico prévio de tratamento com medicamentos foi relatado em 50,3% e intervenções psicoterapêuticas em 36,3% – além disso, foi recomendado a 79,9% que procurassem psicoterapias; 88,5%, medicação; e 70,1%, ambos.

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No aspectos social, histórias de bullying apareceram em 43,4% dos casos, traumas familiares em 52,2%, abuso físico em 5,1%, abuso sexual em 5,7% e abuso verbal em 36,3%.

O estudo fornece uma importante direção das características psiquiátricas de alunos que acabam culminando em ataques. Segundo os pesquisadores, “ a avaliação psiquiátrica de alunos que emitem ameaças de qualquer tipo pode levar a revelações sobre diagnósticos psiquiátricos e tratamento crucial e recomendações educacionais.”  Mais do que conter riscos, é uma forma de tornar intervenções mais eficazes e melhorar o bem-estar emocional de alunos. 

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