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CNPEM tem 1º treinamento do Brasil para laboratórios NB4, de segurança máxima

O centro de pesquisa em Campinas (SP) está qualificando seus profissionais para atuar no Orion, que será a primeira instalação do Brasil com infraestrutura para lidar com patógenos de classe 4.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 22 out 2024, 14h05 - Publicado em 21 out 2024, 12h00

Uma equipe de pesquisadores do Centro de Pesquisa em Energias e Materiais (CNPEM) em Campinas (SP), está conduzindo um programa de treinamento para profissionais que desejam trabalhar em laboratórios de biossegurança nível 3 e 4 (NB3 e NB4).

O principal objetivo é capacitar os futuros usuários do Orion, o primeiro laboratório de máxima contenção biológica do Brasil e o único do mundo conectado a um acelerador de partículas do tipo síncrotron, o Sirius. O Orion deve ficar pronto em 2026. 

Os pesquisadores responsáveis por aplicar o curso se qualificaram na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em Irvine (UCI), nos EUA, que já foi responsável pela especialização de 2 mil profissionais de todo o mundo. O certificado do Orion veio no início de 2024.

O que isso quer dizer?

Laboratórios de biossegurança são instalações projetadas para trabalhar com vírus, bactérias e outros microorganismos que representam risco à saúde humana, animal ou ao meio-ambiente. Eles seguem normas rigorosas para evitar a exposição dos pesquisadores aos patógenos e a saída dessas pestinhas.

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Existem quatro graus de periculosidade. No primeiro, denominado NB1, a manipulação dos patógenos pode ser realizada em bancadas ou mesas comuns, e requer apenas o uso do uniforme normal de um pesquisador: jaleco, calçados fechados, luvas e possivelmente, óculos de proteção.

As exigências de segurança vão aumentando progressivamente até alcançar o nível NB4, em que é obrigatório usar macacões de segurança inteiriços, com vedação nas botas e luvas, além de uma proteção ao redor da cabeça, parecida com um capacete de astronauta.

A roupa é equipada com mangueiras de alimentação de oxigênio e seu interior é mantido em uma pressão superior à pressão da sala. Assim, mesmo que a roupa fure, o ar sempre vai sair do traje em vez de entrar, o que mantém os vírions distantes do pesquisador. 

Ao final do experimento, ainda vestido com a roupa digna da equipe de emergência da Monstros S.A., o pesquisador toma um banho químico de sete minutos, seguido de um banho pessoal já devidamente despido. 

O treinamento tem etapas teóricas e práticas e ocorre em uma espécie de maquete em tamanho real, onde tudo é idêntico a um laboratório NB4 de verdade, mas não há qualquer risco biológico verdadeiro. 

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Na parte prática, Tatiana Ometto, especialista em biossegurança de máxima contenção biológica do CNPEM, explica que muitas vezes os cientistas chegam nervosos, assustados com a responsabilidade de trabalhar com patógenos tão barra pesada. Por isso a abordagem dos instrutores é lúdica e introduz aos poucos o funcionamento dos macacões de proteção e dos conectores de oxigênio.

Não é fácil se mexer dentro da grande vestimenta amarela. As aulas práticas começam simplesmente com o arremesso de bolinhas de tênis. Depois rolam uma pescaria miniatura, algumas partidas do jogo Operação (eles realmente brincam de médico) e o manuseio de pinças —  tudo isso para aperfeiçoar as habilidades motoras no traje.

Por fim, o mais difícil: o manuseio de um líquido no interior de uma cabine de segurança. Não pode derrubar nenhuma gota. Nessa última fase, a equipe de Ometto introduz outros desafios aos trainees, como o que fazer em situações extremas, em que ocorrem vazamentos.  

“Esperamos capacitar profissionais de diferentes instituições do Brasil e também de países da América Latina”, destaca a especialista, em comunicado para o CNPEM. Além disso, em entrevista à Super, ela contou que as equipes estrangeiras ficam boquiabertas com a qualidade e liderança brasileira na área.

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