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Entrevistamos o elenco de Pantera Negra

Perguntamos para o diretor e para o elenco principal do filme, que estreia nesta quinta (15), qual a importância de ter um super-herói negro nos cinemas

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 fev 2018, 16h14 - Publicado em 24 jan 2018, 16h25

Pantera Negra é o primeiro filme de super-heróis protagonizado por um negro. Conversamos com o diretor Ryan Coogler e com os atores Michael B. Jordan, Chadwick Boseman e Letitia Wright (respectivamente o vilão, o herói e a irmã cientista do protagonista) sobre esse marco.

Seus filmes sempre foram muito passionais, mas você diz que Pantera Negra é seu longa mais pessoal. Por quê?
Ryan Coogler: Meu primeiro filme (A Última Parada) é sobre minha relação com a minha casa. Meu segundo (Creed), com o meu pai. Este é sobre a relação com a África, que é complicada. Afinal, o que significa ser africano? Eu procuro a resposta desde o dia em que me contaram que sou negro – porque isso é uma coisa que os outros têm de te ensinar, você não descobre sozinho. Isso se uniu ao fato de ser um filme de super-heróis, que é algo que eu amo.

O primeiro pôster do filme parece a foto icônica de Huey P. Newton (líder dos Panteras Negras nos anos 1960) sentado num trono. Você estudou o grupo para fazer o seu personagem?
Chadwick Boseman: Eu não precisei (risos). Estudo isso há anos. O fato de a foto do trono ser parecida talvez seja coincidência – talvez o espírito dos mortos tenha entrado em mim naquele momento. Há coisas que não estão no seu controle, estão dentro de você.

Estamos num momento político confuso. Você interpreta um vilão que busca o poder a qualquer custo. É um retrato das lideranças atuais?
Michael B. Jordan: Eu acho que os governos, o poder e a democracia nunca vão agradar todo mundo. E hoje muita gente está infeliz sobre como as coisas estão caminhando. Mas existe um poder de mudança na população, que muita vezes é ignorado. Acho que o filme mostra o que pode acontecer quando as lideranças agem mal.

Você interpreta uma mulher, negra e cientista, que é algo pouco explorado em Hollywood. Como foi isso?
Letitia Wright: Há muitas negras cientistas espalhadas pelo mundo. O problema é que as pessoas não veem isso. Você provavelmente só descobriu que negras nos ajudaram a chegar ao espaço quando assistiu Estrelas Além do Tempo. Aí vira um choque. O importante é botar debaixo dos holofotes essas pessoas que estão nas ciências.

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