Escritório coletivo
Cansou de trabalhar em casa? Tem muitas pessoas na mesma. Elas estão se reunindo sem horários rígidos e, de quebra, com um bom café
Texto Maria Eduarda Leite
Como você viu na reportagem ao lado, o trabalho remoto veio para ficar. Mas isso não quer dizer que todo mundo está batendo ponto em casa. Cansados de ficar de pijama (porque até as coisas boas enjoam…), sem companhia para dividir uma ideia ou pedir uma opinião, os trabalhadores móveis passaram a ocupar cafés, bares e restaurantes que oferecem acesso wireless à internet. Essa prática de compartilhar espaços públicos com outros trabalhadores independentes ganhou o nome de coworking, e virou tendência em grandes centros urbanos. Em cidades como Nova York, Londres e São Paulo, essa turma usa a web para trocar dicas e dividir sugestões de endereços onde é possível trabalhar com seus notebooks.
Mas os bares e cafés se tornaram espaços limitados, e esse modelo ganhou novas proporções. Gente que tinha alguma coisa em comum, como área de atuação ou mesmo grupos de amigos, começaram a se juntar em bandos para criar comunidades de escritórios de “cotrabalhadores” – com os quais não trabalham de fato, mas dividem espaço físico, custos de internet, telefone, aluguel etc. Dependendo da proximidade e do interesse, o pessoal pode aproveitar o ambiente coletivo para trocar experiências e informações. Sem cartão de ponto, chefes e horários rígidos, ainda sobra tempo para fazer um lanche e bater papo sobre os últimos lançamentos do cinema.
Para quem não pretende formar uma rede de cotrabalhadores, existe uma alternativa: os escritórios abertos de coworking. A pessoa paga uma taxa e pode usar a infraestrutura, com mesas, telefones, salas de reuniões e até jardins, cozinha ou sala de jogos. Alguns desses novos empreendimentos também organizam eventos e programas de aprendizagem, além de ajudar o pessoal a conseguir contatos e fechar novos negócios. Em São Paulo, por exemplo, há pelo menos dois locais que oferecem esse tipo de convivência: The Hub e Pto de Contato, inaugurados entre 2008 e 2009. Além de encontrar caras novas, as chances de conseguir um freela ou abrir uma nova empresa são muito maiores do que trabalhando sozinho em casa.
+ Limonada
O redator Erik Proulx foi demitido. Em vez de procurar emprego, resolveu filmar Lemonade, documentário sobre gente que, como ele, ficou sem trabalho e aproveitou para fazer o que sempre quis. O trailer bombou no YouTube. Procure por “Lemonade”.
+ Maduros
Só tem para os jovens? Nada disso! Os adultos com mais de 45 anos estão em alta. Os call centers têm investido cada vez mais em atendentes mais velhos, cuja voz passa tranquilidade para os clientes de áreas sensíveis, que envolvem finanças e direito.