Há 3 tipos de pessoas que veem pornô. Qual é o seu?
Pesquisadora francesa divide a audiência em três perfis de usuários, que sofrem diferentes consequências psicológicas
Marie-Pier Vaillancourt-Morel, psicóloga da Universidade de Montreal, no Canadá, está de olho no que você faz quando o navegador está no modo anônimo. Em um artigo científico, ela e sua equipe analisam os padrões de consumo de pornografia por 830 voluntários — que responderam a um questionário de mais de 40 questões sobre o tema. Baseada nos resultados e em pesquisas anteriores, ela dividiu a audiência do Pornhub em três categorias.
Os usuários leves (75,5%), que passam só meia hora por semana assistindo a filmes pornográficos, são em geral mulheres ou casais. Nesse perfil, o que vale é a diversão. Essas pessoas estão satisfeitas com a própria vida na cama e não sofrem de problemas psicológicos, como aversão ao contato físico com parceiros ou a compulsão sexual. O consumo de pornografia não afeta em nada a saúde de quem está nessa categoria.
Já os compulsivos (11,8%) são, em sua maior parte, homens. Eles assistem no mínimo duas horas de pornô por semana, se esforçam mais que o normal para acessar o conteúdo desejado e se desgastam emocionalmente por causa disso. Muitas vezes eles não são bons de flerte e não sabem lidar tão bem com as próprios sentimentos. Na contramão do senso comum, este problema é psicológico e está associado à compulsão sexual, mas não costuma ter consequências físicas como a disfunção erétil — o vício em pornografia até aumenta a excitação em situações reais.
O terceiro grupo (12,7%) é o que menos consome conteúdo pornográfico: só 17 minutos por semana, em média. Por outro lado, são eles os que mais sentem peso na consciência por causa da prática. Pessoas desse grupo impõem severas restrições morais a si mesmas, geralmente de origem social ou religiosa, e o tabu se reverte em prejuízo também na vida real — é essa a parcela de usuários que mais sofre com disfunções sexuais.
O questionário aplicado está disponível aqui, em inglês. Embora algumas conclusões já fossem previsíveis — como a relação mais saudável das mulheres com a pornografia —, a influência de crenças religiosas e imposições morais sobre o terceiro grupo ainda não é um fenômeno tão conhecido ou compreendido.