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Irmãos mais velhos realmente levam vantagem

No estudo, quem não era o primogênito registrou chance até 40% maior de praticar atos de delinquência juvenil - de advertências na escola a parar na cadeia

Por Guilherme Eler
Atualizado em 4 set 2018, 18h48 - Publicado em 7 jul 2017, 18h23

Há certos estereótipos familiares que todo mundo adora reforçar. No que diz respeito aos filhos, por exemplo, ser o irmão mais novo é sinônimo de receber toda a atenção dos pais. Ter o azar de ser o do meio implica em ser esquecido e acabar ficando de lado. Já o filho mais velho é o mais mimado, que adora ver o circo pegar fogo.

Embora isso possa variar de família para família, existem evidências científicas que mostram que a ordem de nascimento realmente importa. O problema é que boa parte delas favorece os mais velhos: quem veio ao mundo primeiro costuma, por exemplo, ser mais inteligente e ter QI mais alto – graças ao fato de ter sido mais estimulado intelectualmente nos primeiros anos de idade.

Com isso, não é de se espantar que eles se tornem melhores líderes – tendo 30% mais chance de virar CEOs ou ocupar cargos políticos na vida adulta. O desempenho escolar, segundo este outro estudo, também costuma ser pior para os filhos mais novos, em comparação aos irmãos mais velhos. Talvez isso explique a quantidade de primogênitos em Harvard, uma das melhores universidades do mundo: 80% do total de alunos.

E um trabalho liderado por Joseph Doyle, economista do MIT, mostra que a lista de desvantagens não para por aí. Em um outro estudo, o pesquisador analisou dados de crianças dos EUA e Dinamarca. Em famílias com duas ou mais crianças, meninos que não foram os primeiros a nascer registraram chance entre 25% e 40% maior de cometer crimes ou receber advertências e suspensões na escola – se comparados aos próprios irmãos.

O tempo investido pelos pais na criação dos pequenos, de novo, se mostrou determinante para toda essa delinquência. O estudo mostra que os primeiros filhos do casal costumam receber mais atenção na faixa etária entre 2 e 4 anos. E a chegada de outro bebê nessa fase pode estender ainda mais os cuidados, fazendo com que os primogênitos continuem por mais tempo debaixo da asa dos pais graças ao irmão mais novo. Competir por atenção dos pais e recursos financeiros, seguindo essa lógica, não é necessariamente um problema para eles. Azar de quem veio depois.

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