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Lei seca

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 26 Maio 2012, 22h00

Eduardo Szklarz

Erro – Proibir a fabricação e a venda de bebidas alcoólicas.

Quem – Congresso dos EUA.

Quando – De 1920 a 1933.

Consequências – O consumo de álcool não diminuiu no longo prazo e criou-se um mercado clandestino que foi dominado pelas máfias, o que só serviu para elevar os índices de violência e corrupção.

Depois da 1ª Guerra Mundial (1914-1918), os EUA se renderam a um período de grande euforia. O mundo da música fervilhava com o jazz, novos estilos de dança surgiam e um certo relaxamento moral entrou em cena. Os casos de alcoolismo aumentaram, é lógico. E essa situação começou a preocupar os setores mais conservadores da sociedade, que pressionaram o governo em nome da saúde dos americanos e da preservação dos bons costumes. Deu certo. Em 1919, o Congresso aprovou uma legislação que proibia a fabricação, a importação e a venda de qualquer tipo de bebida alcoólica. Ela passaria a vigorar no início do ano seguinte. E entraria para a história como Lei Seca.

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Na noite de 17 de janeiro de 1920, o senador republicano Andrew Volstead, foi ao rádio para anunciar, exultante, que tempos melhores começavam ali. “Está nascendo uma nova nação”, declarou o senador. “O demônio da bebida agora faz parte do passado e se inicia uma era de ideias claras. As cadeias ficarão vazias. (…) E serão fechadas para sempre as portas do inferno.” Pobre Volstead… Ele não poderia estar mais errado em sua avaliação.

Violência e corrupção

É claro que a lei funcionou nos seus primeiros meses de vigência. As ocorrências policiais envolvendo bêbados despencaram, assim como os atendimentos médicos relacionados ao consumo de álcool. Mas não demorou até que a proibição começasse a demonstrar que tinha efeitos colaterais tenebrosos.

Ao restringir dessa forma o direito individual dos cidadãos de tomar os seus tragos, as autoridades abriram espaço para o surgimento de um mercado clandestino de bebidas alcoólicas, que rapidamente caiu nas mãos do crime organizado. Bares se multiplicaram à margem da lei. E vendiam bebidas que, muitas vezes, eram um verdadeiro veneno, já que passaram a ser fabricadas sem qualquer inspeção. A violência cresceu, com mafiosos se matando pelo lucrativo negócio, extorquindo comerciantes e corrompendo policiais e fiscais (leia mais nos quadros à esquerda).

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Impérios da máfia

Quando se deram conta dos prejuízos que a Lei Seca estava significando, os congressistas americanos pouco a pouco foram revendo suas convicções sobre o tema. Até que, em 1933, a proibição foi revogada e o poder público passou a regulamentar novamente o mercado de bebidas alcoólicas. Aí, no entanto, já era um pouco tarde. Milhares de consumidores haviam pago um preço elevado por recorrer ao comércio clandestino de álcool. E poderosos impérios mafiosos já estavam instituídos.

Antes e depois

• Somente em Nova York, os estabelecimentos que vendiam bebida alcoólica passaram de 15 mil antes da Lei Seca para 32 mil depois dela – todos, obviamente, ilegais.

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• Na cidade de Chicago, a luta entre gangues mafiosas que disputavam esse lucrativo negócio produziu mais de 500 mortes ao longo da década de 1920.

PÉSSIMOS RESULTADOS

• Cerca de 30 mil pessoas morreram intoxicadas por metanol, usado inadvertidamente por várias destilarias clandestinas.

• No final da década de 1920, o número de homicídios tinha aumentado 49% em relação à década anterior.

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• Mais de 22% dos agentes federais resposáveis por fiscalizar o cumprimento da Lei Seca entre 1920 e 1933 acabaram sendo condenados por corrupção.

Fonte: Pere Romanillos (Grandes Errores de la Humanidad).

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