Lembrar é…
Amar é deixar desenhinhos românticos nas gavetas e debaixo do travesseiro dele
Denis Russo Burgierman
Amar é deixar desenhinhos românticos nas gavetas e debaixo do travesseiro dele. Era o que a neozelandesa Kim Casali fazia. Apaixonada pelo italiano Roberto, ela espalhava pelas coisas dele ilustrações feitas com um traço infantil, junto com breves textos melosos. Eram os anos 60, Kim e Roberto eram dois dos muitos imigrantes ilegais vivendo na Califórnia. Anos depois, eles casaram e Roberto revelou a Kim que guardara os desenhos. Essa inocente história de amor acabou virando um negócio bilionário. A neozelandesa mandou as ilustrações para um jornal e, de repente, estava rica. Seus personagens – um casal pelado – ocuparam jornais e todo tipo de produto em dezenas de países. Os recados românticos – do tipo “Amar é… aquela emoção quando seus olhos se encontram” – foram traduzidos para as línguas mais esdrúxulas. O álbum Amar é…, de 1979, foi o primeiro no Brasil com figurinhas autocolantes. Fez tanto sucesso que acabou relançado em 1982 e em 1991 (dessa vez com páginas em forma de coração!).
Kim morreu em 1997 – Roberto tinha sido levado por um câncer 21 anos antes.