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Mil livros, uma obsessão

Aos 84 anos e prestes a contar com mil obras no currículo, o sergipano Felisbelo da Silva, o Belinho, ainda quer realizar um sonho: ser eleito como membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). "Todo vovô que morre, eu estou lá tentando a cadeira dele. Eu não desisto."

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Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 29 jun 2014, 22h00
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  • Taísa Szabatura

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    Há 20 anos o senhor é candidato à ABL. É um sonho?

    É o meu maior sonho, mas todo mundo me vence. Todo vovô que morre, estou lá tentando a cadeira dele. Eu não desisto. O último que entrou só tinha 11 livros publicados, vê se pode uma coisa dessas? E eu, que tenho mais de 900? Não sei por que não me escolhem.

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    Tem que ser a academia brasileira, não serve outra?

    Já fui convidado para a academia de São Paulo, do Ceará, de tudo quanto é lugar. Mas eu quero jogar na seleção! Por que vou querer jogar na segunda divisão? Se não entrar, não entrei, mas vou tentando.

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    Como imagina que seria? Vai fazer amizade com os outros imortais?

    Eu quero dar show, quero cantar, brincar, declamar meus trabalhos, usar aquela roupa bonita.

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    Você sempre quis ser escritor?

    Sou de Sergipe e fui para São Paulo com 20 anos, onde me formei como investigador policial. Em 1965 decidi escrever o meu primeiro livro: Como Agem os Ladrões e Como nos Defendermos. Vendeu adoidado, ganhei muito dinheiro. Depois disso não parei mais. Livros jurídicos, eróticos, poesia, infantil, letra de música, escrevi de tudo.

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    Há um gênero favorito?

    É mesmo a poesia. [Recita um poema.] “Mulher, quanta beleza para expor! /Que delícia, ó Flor de bem-me-quer! / Você é deusa, seja onde for…” Eu me dediquei à poesia a vida inteira, mas ninguém compra.

    O senhor diz que Drummond não fez poesia. Como assim?

    Ele nunca foi poeta. Você já ouviu aquela baboseira da pedra no meio do caminho? E hoje ele é considerado um deus. É brincadeira, viu! Eu gosto de poesia clássica e bem elaborada.

    Pela sua conta, está prestes a completar mil livros. Como funciona essa contagem?

    O número oficial é 900. Mas tenho quase mil livros escritos. Quem quiser vir aqui no meu escritório contar, pode vir, está tudo catalogado e posso provar.

    [Declama outro poema.]

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    “Eu escrevo para esquecer /

    Você escreve para viver /

    E viva a imprensa brasileira! …”

    Sei que tem um japonês em São Paulo que diz ter 1.200 livros publicados. Se eu quisesse escrever esse tanto, eu escrevia, mas meu objetivo é parar no mil. [A maioria das obras de Belinho são livrinhos de cordel, daí a quantidade e a confusão.]

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    Aos 84 anos, você é bem ativo online. Tem ajuda?

    Um rapaz que trabalha comigo digita as coisas que eu escrevo a mão. Sabe por que eu nunca aprendi informática? Porque eu estava escrevendo mil livros e não queria me distrair. Mas se eu quiser aprender, em um mês ou dois eu aprendo tudo.

    Há planos de colocar sua obra online?

    Já tem muita coisa. Mas não vou colocar os mil livros lá. Não tem internet que aguente!

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    Conheça a obra de Belinho – blogdobelinho.blogspot.com

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