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Por que menino não pode brincar de boneca?

Carrinho para eles e boneca para elas? Nada disso.

Por Giovana Marchetti
Atualizado em 20 dez 2017, 13h27 - Publicado em 20 dez 2017, 13h26

Quem disse que não pode? Devolva a pergunta ao seu filho e explique que não existe essa de brinquedo de menino ou de menina. Uma das principais funções da brincadeira é a vivência de outros papéis sociais, como um ensaio para a vida adulta. Ou seja, quando um garoto brinca de boneca, está apenas vivenciando no universo lúdico a experiência de cuidar dos outros. “Quando a gente restringe uma brincadeira, impede que a criança explore todas as suas potencialidades”, explica a educadora Lena Vilela.

Vale lembrar que a questão de gênero é construída ao longo da vida. Antes dos 2 anos, as crianças ainda não reconhecem a diferença entre “coisa de menino” e “coisa de menina”. Essa classificação começa a ganhar força à medida que elas entram em contato com os papéis que a sociedade estabelece para cada um. Até pouco tempo atrás, a mulher cuidava da casa e o homem dirigia o carro da família. Essa divisão de funções tem mudado.

O curioso é que a evolução da mulher no mercado de trabalho não foi acompanhada pela classificação dos brinquedos. Ao contrário, até piorou. Se, nos anos 1970, menos de 2% dos brinquedos da loja de departamento americana Sears eram marcados como “para menino” e “para menina”, nos anos 2000, a disseminação das propagandas nos canais exclusivamente infantis contribuiu para a proliferação de produtos segmentados entre gêneros.

Hoje as lojas de brinquedos são separadas pelas cores rosa e azul, e os pais não costumam explorar o universo da gôndola ao lado. Mas deveriam. Os especialistas são unânimes em dizer que rotular brinquedos ou brincadeiras perpetua estereótipos e preconceitos, além de limitar o desenvolvimento cognitivo e  psicológico  da criança. Faça a sua parte: jamais sabote ou faça piadas sobre os brinquedos eleitos pelos pequenos. “Nada é pior do que o olhar desconfiado dos próprios pais sobre as suas brincadeiras”, diz Lena.

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até 2 anos

O bebê costuma se divertir sozinho, explorando o próprio corpo. Objetos com cores, música, texturas e cheiros ajudam a desenvolver essa fase sensório-motora.

2-3 anos

Brincadeiras de faz de conta ou que estimulem a montagem e desmontagem de peças estimulam a coordenação motora e fortalecem o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças.

3-5 anos

Com a linguagem e o vocabulário mais desenvolvidos, começam as brincadeiras de imitação, faz de conta e fantasias dos seus personagens favoritos.

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5-7 anos

A fantasia aos poucos perde espaço para a construção da identidade. Nessa faixa etária, brincadeiras de ruas favorecem a socialização. Mais velhos, passam a gostar de brincadeiras que exijam mais raciocínio lógico.

8-12 anos

É a fase dos jogos. O importante é que a criança aprenda a trabalhar o funcionamento das regras, a consciência do outro, os princípios da sociedade e a frustração de perder.

Cada brincadeira, uma função

Quem fica de fora perde a chance de aprender e se relacionar.

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Meninos são

3 vezes mais propensos a ganhar brinquedos que envolvam ciência e matemática do que as meninas.

89% dos brinquedos nas lojas online americanas listados como “brinquedos de menina” eram cor-de-rosa.

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Um estudo recente observou que 100%

dos brinquedos da Disney Store estavam classificados como sendo de meninos ou de meninas.

Não existia qualquer categoria “para meninos e meninas”.

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Bonecos

Presentes nas brincadeiras desde o  Egito Antigo, os bonecos permitem  que a criança expresse e represente o mundo a partir de si mesma, atenuando as angústias e ansiedades que ela não consegue expressar verbalmente.  O cuidado com os bonecos também incentiva as crianças a cuidar do próximo.

Casinha

Por meio do faz de conta, as crianças podem compreender melhor o papel dos adultos à sua volta e o funcionamento da sociedade. Durante a brincadeira, elas ampliam o vocabulário verbal e corporal, desenvolvem o senso de responsabilidade e estreitam os laços afetivos.

Carrinho

Ajuda a desenvolver a imaginação à medida que a criança imita os sons que ouve nas ruas; permite que ela explore o espaço “dirigindo” por vários locais dentro da casa; auxilia na criação de regras, controle de velocidade e absorção das noções de tempo e espaço.

Bolinha de gude

O jogo ensina a respeitar a vez do outro, lidar com as derrotas e os impulsos agressivos da frustração, além de gerar uma sensação de alegria e adrenalina que torna a criança competitiva sem tirar dela a essência lúdica que faz do jogo uma diversão.

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