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Se inflação é ruim, deflação é melhor?

É difícil imaginar por que a redução de preços de bens e serviços pode ser ruim para a economia, mas as causas e conseqüências da deflação explicam o problema.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 30 jun 2003, 22h00
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  • Antonio Neto

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    Não, apesar de deflação ser exatamente o contrário de inflação. Para se ter uma idéia, foi um longo período de deflação, com queda nos preços dos produtos agrícolas, que provocou a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, e a conseqüente crise econômica que atingiu todo o mundo. É difícil imaginar por que a redução de preços de bens e serviços pode ser ruim para a economia, mas as causas e conseqüências da deflação explicam o problema. “É um fenômeno indesejado, principalmente quando a deflação é provocada pelo excesso de capacidade produtiva”, explica Luiz Gonzaga Belluzzo, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas. Quer dizer, os preços acabam caindo sempre que sobram mercadorias por falta de consumidores.

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    Como as empresas não conseguem vender como antes, mesmo a preços menores, o faturamento e o lucro também acabam reduzidos. Para não ficar no prejuízo, elas são obrigadas a diminuir o ritmo da produção e a demitir funcionários. Com o desemprego alto, ninguém costuma gastar além da conta. Por isso, a oferta de serviços e os estoques crescem. Resultado: excesso de bens e preços menores que os de períodos anteriores.

    O processo de deflação ainda pode ser iniciado, ou agravado, pela baixa oferta de moeda. Quer dizer, falta dinheiro em circulação, seja por causa dos juros altos, que tornam o crédito proibitivo, seja pela falta de investimentos. Essa bola de neve costuma afetar todos os setores da economia, do agricultor aos fabricantes de eletrodomésticos, além de abalar a própria estrutura social.

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    “A deflação cria um efeito muito perverso para a sociedade. Além do desemprego, existem também fatores psicológicos, como o medo de uma crise. As pessoas adiam as compras e, esperando sempre por preços menores, deixam de gastar”, diz o economista Juarez Rizzieri, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP.

    A ciranda deflacionária

    Como a queda dos preços alimenta a recessão e vice-versa

    1. Mesmo com preços reduzidos, a fábrica de automóveis não consegue vender seu produto

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    2. Com a queda nas vendas, a fábrica demite trabalhadores

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    3. Sem receber, o trabalhador deixa de trocar sua TV por um modelo mais novo

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    4. Cai a venda de TVs. As lojas baixam os preços e, conseqüentemente, a comissão dos vendedores, que deixam de comer fora

    5. Na tentativa de atrair clientes, o dono do restaurante faz sucessivas promoções. Mesmo assim, seu rendimento cai e ele adia a troca de carro

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