Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Softwares funcionam como caixinha de fazer música

Programas de computador que funcionam em micros comuns, do tipo PC ou Macintosh, convertem o som em partituras, oferecem recursos de edição de um estúdio e transformam em compositor até mesmo quem não sabe ler uma nota musical.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 31 jan 1994, 22h00

Rosa Sposito

É como escrever um texto ou fazer um desenho livre. Sem compromisso, as notas musicais vão formando canções, que podem ser ouvidas na hora, alteradas, receber um novo arranjo e até virar partitura. Tudo com simples cliques no mouse, ligado a um micro do tipo PC ou Macintosh. O melhor, porém, é que não é preciso conhecer nem as notas musicais para começar a compor no computador.

Com um recurso chamado piano roll, disponível em programas de composição como o Cakewalk, qualquer um pode brincar de compositor. Primeiro, escolhe-se o instrumento em que a música deverá ser executada. A tela do micro exibirá, então, um teclado ao lado de espaços, divididos em compassos. Usando o mouse, é só preencher os espaços, em frente à nota correspondente. Quem não sabe música pode “compor de ouvido”: à medida que o cursor percorre o teclado, aciona os sons correspondentes a cada nota (que são reproduzidos por um módulo de som ligado ao micro).

Os espaços determinam também a duração de cada nota. Assim, para obter as notas curtas, basta preencher só a metade ou um pedacinho do espaço; notas longas, o espaço todo. Como um processador de textos, o software permite copiar compassos (se a idéia for repeti-los), o que torna a composição ainda mais fácil e rápida. A qualquer momento, é possível ouvir o que foi feito: um clique no play (que também aparece na tela) aciona o módulo de som, que reproduz a seqüência toda.

Caso não tenha gostado do instrumento escolhido, o aprendiz de músico pode experimentar outros. Se o som do piano não combinou com a melodia composta, pode-se substituí-lo por um violino, aproveitando o que já foi feito. O resultado é uma música nova e, muitas vezes, uma agradável surpresa.

Continua após a publicidade

Se compor tradicionalmente uma música exige arte, muito mais complicado é fazer o arranjo, ou seja, adicionar outros instrumentos à base original. Para isso, o Cakewalk permite usar até 16 timbres (sons de instrumentos como saxofone e piano) diferentes ao mesmo tempo, como em uma grande orquestra. Conforme a música vai sendo composta, o software transforma a composição em partitura, que pode ser vista na tela do micro.

Para imprimi-la, entra em cena outro programa, como o Musicator, que até edita a partitura. Ele permite inserir o nome da música, do autor e até dos instrumentos usados. Com a partitura impressa, qualquer músico, ou até uma orquestra de verdade, poderá executar a composição feita por alguém que não sabe localizar no piano a nota dó.

Para fazer música no computador, não é preciso ter nenhum equipamento muito sofisticado. Um PC convencional ou um Macintosh servem perfeitamente. Todos dispõem de periféricos e programas que tornam possível a composição, edição e a criação de arranjos musicais. Se a opção for pela linha IBM-PC, um micro 386 DX, com 4 megabytes de memória e disco rígido de 80 MB, é suficiente para começar. Os adeptos do Macintosh, da Apple, podem usar o modelo LCIII, com a mesma capacidade de memória e de disco.

Tanto o PC como o Mac precisam de um periférico básico para esse tipo de aplicação: um módulo de som, como o SC-7, da Roland. Do tamanho de uma pequena caixa, ele tem armazenados 128 sons de instrumentos acústicos e eletrônicos (como piano, guitarra, clarinete e sax) e seis sets de bateria. É ele que transforma os sinais do computador em sons e reproduz as músicas.

Continua após a publicidade

A comunicação entre o módulo de som e o micro é feita por uma interface chamada MIDI (Musical Instrument Digital Interface), um padrão criado há alguns anos pela indústria de instrumentos eletrônicos. É ela que transforma as informações sobre cada nota tocada no teclado convencional (escala, intensidade, velocidade e duração) em sinais digitais que o micro reconhece, arquiva na memória ou no disco, transforma em partitura e manda para o módulo de som reproduzir.

O teclado controlador (ou qualquer instrumento que tenha interface MIDI) é outro acessório necessário para quem vai fazer música no computador. Assim, quem já está acostumado a usar um teclado para compor não precisa mudar sua rotina de trabalho. A grande vantagem é que a memória do micro garante o armazenamento das informações (altura e duração das notas) e elimina o trabalho de ter que anotar no papel o que está sendo feito. Além disso, a transformação dos sons emitidos pelo teclado em partitura é automática — o que resolve o problema de muitos músicos que não sabem escrever partituras.

O módulo de som SC-7 e alguns programas básicos de composição são vendidos pela Roland no pacote chamado Computer Music Starter Kit, com vários distribuidores no Brasil. Um deles é a Computer Music Sérgio Tastaldi, de São Paulo, que também oferece cursos personalizados ensinando a usar micros PC e os programas disponíveis no mercado para compor melodias. Algumas lojas especializadas em instrumentos musicais também estão começando a oferecer o kit da Roland, que funciona em PC e em Macintosh.

Como a variedade de software à venda no mercado é grande, o kit pode ser usado tanto por iniciantes nessa arte como por músicos profissionais, que querem um meio de facilitar o seu trabalho. Basta escolher o software adequado para cada caso e equipamento — vários deles têm versões para Macintosh e PC.

Continua após a publicidade

O Band-in-a-Box, por exemplo, é um software de composição indicado para pessoas com pequeno ou nenhum conhecimento musical. Ele contém arranjos e acordes semiprontos, que tornam o processo de criação musical mais fácil e rápido. Também permite que o compositor escolha o instrumento e o ritmo para sua música — são 24 estilos diferentes, do jazz à rumba. Feitas as opções, a tela exibe os espaços correspondentes aos compassos, e cada um de-les pode ser preenchido com até quatro acordes diferentes.

Quem não sabe ou não quer se arriscar a compor pode começar copiando de um songbook, ou livros com partituras. Usando o próprio teclado do micro, basta digitar as letras (ou cifras) que representam os acordes — A para lá, B para si, C para dó e assim por diante — nos compassos correspondentes, exatamente como na partitura original. Para ouvir a música, basta acionar a função play, com um clique no mouse. O programa se encarrega de tocar o acompanhamento, mais ou menos como fazem os teclados eletrônicos, mas com muito mais recursos. Dali sai o som de uma senhora banda, capaz de tocar dezesseis variações de acordes diferentes para cada tom.

Para músicos profissionais que pretendem usar micros no processo de composição, o Cakewalk Professional oferece recursos mais avançados. Com ele, é possível criar a música, digitando nota por nota, ou tocando um instrumento com interface MIDI — no mesmo instante, o micro grava as informações e escreve a partitura. Na tela, o compositor vê todos os instrumentos que executam a música, e em quais compassos eles atuam. Por meio de um gráfico, pode estabelecer o andamento da música e, como um maestro, ordenar à orquestra eletrônica que acelere ou “ralente” determinado trecho ou mesmo uma só nota.

O Macintosh tem alguns programas específicos. A NovaMente, uma empresa de Belo Horizonte que distribui os kits da Roland, oferece três produtos para iniciantes: o EZ Vision, que apenas permite compor no micro; o Musicshop, que incorpora piano roll, edita e também imprime partituras, e o Audioshop, para a gravação, edição e reprodução de sons digitais. Todos são produzidos pela Opcode americana e utilizam basicamente o mesmo processo de criação e edição dos programas para PCs. Outro software vendido pela NovaMente, exclusivamente para Macintosh, é o Studio Vision, da Opcode. Ele transforma o computador em estúdio de gravação, permitindo fazer até mixagem de voz e de som digital. Uma guitarra (ou qualquer outro instrumento padrão MIDI) tocada ao vivo pode ter seu som adicionado às seqüências feitas no micro, como em um karaokê.

Continua após a publicidade

A sofisticação dos programas para os profissionais da área de música hoje é cada vez maior. O Session 8, um dos produtos lançados recentemente no mercado brasileiro, permite até corrigir falhas de gravação, como a desafinação da voz de um cantor. Primeiro, o software converte em som digital os sinais analógicos da gravação, que pode estar contida em uma fita cassete comum.

Em seguida, a tela do computador exibe vários recursos, semelhantes aos de uma mesa de edição com oito canais para gravação e até 25 entradas diferentes. Os sinais sonoros são representados em forma de ondas de freqüência, o que permite detectar falhas de gravação que podem ser corrigidas com o mouse — basta “apagar” o erro. Produzido pela Digidesign americana, o programa é a versão para micros PC ou Macintosh de um sistema já utilizado por estúdios de cinema e de gravação dos Estados Unidos, e poderá ser usado agora por pequenos estúdios equipados com microcomputadores.

Para saber mais

Em busca da orquestra doméstica

Continua após a publicidade

(SUPER número 3, ano 7)

O abc do dó-ré-mi

(SUPER número 10, ano 8)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.