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Uma tenda gelada

A SUPER foi até o Ártico e dormiu num iglu, a tradicional casa de gelo dos esquimós. Foi uma noite gélida, que passamos batendo os dentes.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 30 jun 1999, 22h00
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  • Cristiana Menichelli, de Iqaluit, Canadá

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    A temperatura em Iqaluit (pronucia-se Icáluit), um vilarejo de 4 500 habitantes na Ilha de Baffin, no nordeste do Canadá, chega aos 30 graus Celsius negativos brincando. Se caísse mais 9 graus, o termômetro pararia de registrar porque o mercúrio congelaria. Já pensou? Mesmo assim, a região, e todo o norte do continente, do Alasca à Groenlândia, é habitada por indígenas. São, como os brancos colonizadores os batizaram, os esquimós, palavra indígena cujo significado original se perdeu. Eles preferem se chamar de inuit.

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    Os inuit só existem graças à maravilha arquitetônica do iglu, uma casinha de água congelada com cerca de 2 metros de diâmetro. “O gelo é um excelente isolante térmico”, explica o físico Cláudio Furukawa, da Universidade de São Paulo. “Segura o calor 100 vezes mais do que o alumínio.” Por isso, enquanto lá fora os termômetros endurecem, no interior faz “confortáveis” 3 graus negativos. Com fogareiros a óleo de foca acesos, todos dormem abraçados aos cães.

    Quer dizer, dormiam. Hoje em dia ninguém mora em iglus. As casas de madeira com lareira chegaram à região no século XVII. Foi um sucesso! Hoje, os inuit de Iqaluit celebram o início da primavera todo ano com um festival de construção de iglus.

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    Nós, da SUPER, tentamos dormir na cabana vencedora. Depois de 3 horas de cochilos e tremedeiras, percebemos que estávamos congelando. Voltamos para casa a pé, em plena madrugada, caminhando 3 quilômetros contra o vento, sob 25 graus Celsius negativos. Olha, sinceramente: país tropical é uma delícia.

    Calor que sustenta

    A temperatura mais quente no interior mantém o iglu em pé.

    É preciso haver uma pessoa ou um fogareiro dentro, para produzir calor. A altura, de pelo menos 1,70 metro, impede que a chama derreta o gelo. Assim, o ar aquecido fica mais leve e sobe com a umidade.

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    A umidade passa entre os blocos, congela em contato com o frio de fora e acaba cimentando, constantemente, as frestas. Sem isso, os blocos deslizariam uns nos outros e o iglu acabaria desabando.

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    Faça você mesmo

    Acompanhe, passo a passo, a construção da casa gelada.

    1. Um inuit serra blocos de 12 quilos do chão. A temperatura tem que estar abaixo dos 20 graus negativos. Senão o gelo fica muito mole.

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    2. Com serrotes e facões, bons construtores conseguem encaixar os tijolos de água congelada de forma a deixar o mínimo possível de frestas. Mesmo os mais experientes não terminam de construir a cabana em menos de 2 horas.

    3. Os blocos são posicionados em forma de espiral, inclinados para dentro. Assim, um se apóia no outro e o iglu não desaba. Um buraco no teto garante a circulação de ar.

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