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25 canções que mostram os novos caminhos da música

Racismo, feminismo e ativismo: a indústria musical definitivamente revela novas tendências e um levantamento do New York Times comprova isso

Por Clara Cerioni, de Exame.com
Atualizado em 26 out 2020, 16h29 - Publicado em 28 nov 2017, 17h20

Um levantamento do jornal The New York Times se propôs a identificar as novas tendências do mundo da música. A publicação convidou diversos críticos musicais para elencar as 25 canções que nos mostram para onde a arte está indo. Mas atenção: não é só o produto musical que foi levado em conta, mas também o posicionamento do artista com os fãs e a mídia.

A primeira canção escolhida pelo NYT já exemplifica isso. O crítico musical Wesley Morris escolheu “Send my love (to your new lover)”, da Adele, para mostrar como uma música que tem traços da cultura negra, mas foi composta por uma mulher branca, vem quebrando os paradigmas dessa indústria.

Segundo Morris, a sinceridade da cantora britânica ao quebrar o prêmio de melhor álbum do ano no Grammy deste ano e dividi-lo com Beyoncé o impossibilitou de apenas curtir o som. “Os negros nunca foram necessários para fazer música negra. Mas se tornou obrigatório para os artistas brancos que fazem (e que ganham prêmios por isso) pagar um imposto aos seus pares negros. Esse é o futuro da música: reconhecer, no presente, que você está permanentemente em dívida com o passado”, escreveu o crítico.

Outra canção apontada pela pesquisa é “F.U.B.U”, da Solange (irmã da Beyoncé). Dessa vez, a crítica Angela Flournoy mostra como a raça está envolvida na indústria musical de 2017: “F.U.B.U” significa “for us, by us”. Solange é negra. Nessa música ela, literalmente, começa mostrando a porta aos brancos e mostra que aquele espaço é do povo negro. Para Flournoy, a cantora faz isso para aproximar seus ouvintes negros. “É um convite retórico para gente negra pegar uma cadeira e se instalar para conversar sobre vidas reais como a deles”, disse.

Identidade

Estruturas sociais, que por muito tempo foram sólidas e bem definidas, se desestabilizam no mundo atual. Hierarquias desaparecem e a identidade se transforma em uma celebração móvel, mudando continuamente de acordo com as novas tendências, desejos, representações e reivindicações dos seres humanos.

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Um dos reflexos mais impactantes desse novo rearranjo social pode ser identificado na música: nunca antes se produziu tantas canções que quebrassem as regras pré-estabelecidas das relações humanas e dessem voz àqueles que até então nunca conseguiram falar sobre suas próprias vivências, segundo o The New York Times.

No Brasil, o funk (inclusive os que se apropriam de técnicas do pop) se encarrega de cumprir essa missão. Nos Estados Unidos, a vez é do hip-hop. A música negra também ultrapassa as barreiras físicas e encontra espaço em um mercado sedento por representatividade. Assim como as canções voltadas ao público feminista ou LGBT.

Mas, apesar de ter música para todos, não são todos que estão autorizadas a fazê-las. Sim, é isso mesmo. De acordo com o New York Times, hoje, negros querem ouvir músicas feitas por outros negros que falem sobre as dificuldades de ser negro. Mulheres estão sedentas para gritar hinos feministas contra o machismo. Gays, lésbicas, bissexuais e transexuais idolatram aqueles que conseguem subir no palco e falar sobre essas dores.

Veja as outras músicas da lista “25 canções que mostram para onde a música está indo” e a frase resumo do crítico que a escolheu:

You Want It Darker – Leonard Cohen

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“Após uma longa vida, ele estava pronto“, por Jonathan Mahler

I’m Better – Missy Elliott

“Uma lenda do rap reduz o presente em um futuro esperançoso”, por Julianne Escobedo

Mask Off – Future

“Música de festa para a época dos opiáceos”, por Amos Barshad

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Jolene – Pentatonix

“Os nerds da música podem combinar harmonia com um país dividido?”, por Amy Phillips

We the People… – A Tribe Called Quest

“Quem faz as músicas de protesto?”, por Greg Tate

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One Night – Lil Yachty

“O rap está totalmente desarmado de seu passado”, por Jamie Lauren Kieles

Rewind – Kelela

“Ela encontrou seu espaço no R&B”, por Jenna Wortham

This Girl – Kungs vs. Cookin’ on 3 Burners

 “Uma espinha dorsal que quase escapou do público”, por Lydia Kiesling

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Make Them Die Slowly (John George Haigh) – Church of Misery

“Uma ótima música para momentos tristes”, por John Darnielle

Barok Main – Mica Levi & Oliver Coates

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