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8 livros para comemorar o Dia do Orgulho Nerd

Em 25 de maio, o 42º dia após a morte de Douglas Adams, comemora-se a excêntrica turba de deslocados que convencionamos chamar nerds. Aqui vão nossas leituras essenciais para a data.

Por redação Superinteressante
Atualizado em 29 Maio 2023, 15h08 - Publicado em 25 Maio 2023, 18h15

O Guia do Mochileiro das Galáxias

Capa do livro.

Se existisse um vestibular de conhecimento nerd, a trilogia de cinco livros escrita por Douglas Adams certamente estaria na lista de leituras obrigatórias. Afinal, foi ela que inspirou o Dia do Orgulho Nerd: a data é comemorada 42 dias após o aniversário de morte de Adams. (Para descobrir o significado do número 42, vai ter que fazer as leituras da prova).

O Guia do Mochileiro das Galáxias nasceu como uma série de ficção científica transmitida na rádio BBC em 1978. No ano seguinte, começou a ser adaptada para a literatura.

O enredo de comédia é focado nas aventuras de três personagens principais. Ford Prefect é um alienígena nascido em um planeta próximo a Betelgeuse. Também é jornalista e viajante experiente do universo, por isso escreve para o Guia do Mochileiro das Galáxias. Zaphod Beeblebrox é seu semi-meio primo de duas cabeças que já foi presidente da galáxia. E Arthur Dent é só um humano terráqueo, que está tão perdido nessa história quanto o leitor.

Os livros guardam a oralidade da série de rádio, o que torna a leitura fluida e deliciosa. O autor também abusa do humor nonsense britânico para propor reflexões sobre a vida, o universo e tudo o mais. O enredo é cheio de situações esdrúxulas – e nos lembra que, afinal de contas, a nossa realidade também é. Fique com as palavras de Adams:

“Existe uma teoria que diz que, se um dia alguém descobrir exatamente para que serve o Universo e por que ele está aqui, ele desaparecerá instantaneamente e será substituído por algo ainda mais estranho e inexplicável.

Existe uma segunda teoria que diz que isso já aconteceu”. (Maria Clara Rossini, repórter da Super.)

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Scott Pilgrim Contra O Mundo

Capa do livro "Scott Pilgrim Contra O Mundo".

A história você provavelmente conhece: Scott Pilgrim é um jovem canadense que se divide entre o desemprego e os ensaios da sua banda de garagem, a Sex Bob-Omb. Até que ele se apaixona por Ramona Flowers, recém-chegada na cidade. Mas, para conseguir ficar com ela, Scott precisará derrotar os sete ex-namorados da garota.

Se você viu (e gostou) de Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010), dirigido por Edgar Wright e estrelado por Michael Cera, vale conhecer a HQ em que o filme se baseou. O’Malley, que também é músico, criou uma história recheada de referências da cultura pop ocidental e oriental. Tem humor, romance, ação – e uma dose de realismo fantástico.

O que você faria se a sua namorada começasse, de repente, a lutar kung fu no meio de um shopping? Ou que, ao final de uma competição de bandas, você precisasse enfrentar um vegano com superpoderes? Para Scott e sua turma, isso é só mais um dia comum.

(Rafael Battaglia, repórter da Super.)

Trilogia da Fundação

Capa do livro "Trilogia da Fundação".

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“Fundação”, de Isaac Asimov, é uma saga de ficção científica. Mas as ciências, nesse caso, são humanas. O enredo gira em torno de Hari Seldon, uma espécie de economista ou sociólogo capaz de prever o destino de civilizações inteiras com a mesma precisão com que um meteorologista calcula a dança das massas de ar na atmosfera.

Seldon não faz isso estudando individualmente o destino de cada ser vivo. Ele não é um cartomante. Ainda que fosse, não seria um método prático: os livros de Asimov se passam num imenso Império Galáctico, que governa centenas de planetas e tem um número de habitantes na casa dos trilhões. Não haveria computador capaz de calcular tantos futuros em tempo hábil.

A ciência que ele criou, batizada por Asimov de psicohistória, prevê o destino de conjuntos de humanos. Esse destino coletivo é como uma média dos destinos individuais, que desconsidera flutuações irrelevantes da vida privada. É a mecânica estatística aplicada a pessoas, em vez de moléculas.

Usando a psicohistória, Seldon descobre que o Império Galático, após milênios de prosperidade, vai entrar em colapso – e que nessa altura do campeonato, não há nada que possa impedir o desenrolar dos acontecimentos. O único caminho plausível é atenuar a Idade Média que se aproxima, reduzindo sua duração de 30 mil para “apenas” mil anos, e permitindo que uma sociedade próspera renasça das cinzas antes do esperado.

Asimov tirou a ideia do livro Declínio e Queda do Império Romano, obra-prima do historiador Edward Gibbon que é um marco na literatura da área. George Lucas, por sua vezes, provavelmente bebeu da fonte de Asimov para criar o Império Galático de Star Wars, coisa que o próprio Asimov falava sem pudor (nem mágoa) em entrevistas. Isso aqui é um trechinho do autor em 1989, já idoso, no talk show de Dick Cavett:

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“Se você assistir a esses filmes, Star Wars e suas continuações, há uma certa quantidade de coisas que vieram dos meus livros da Fundação. Mas caramba, uma certa quantidade de coisas da Fundação veio do livro de Gibbon sobre o Império Romano. O quanto você quer voltar para trás? É assim que as coisas funcionam.”

(Bruno Vaiano, editor da Super.)

As Crônicas Marcianas

Capa do livro "As Crônicas Marcianas".

Ray Bradbury é mais famoso por ser autor de Fahrenheit 451 – um clássico da literatura distópica do século 20, ao lado de 1984 Admirável Mundo Novo. Ele fazia um gênero de ficção científica que se convencionou chamar soft, por ter um sabor literário mais intenso e focar em dramas humanos em vez do aspecto científico-tecnológico das tramas. Algo, enfim, mais artístico e menos nerd.

Nesta sequência de contos, publicados inicialmente em revistas e compilados em um volume único em 1950, ele narra a colonização de Marte após uma guerra nuclear na Terra, por volta do ano 2000 (é um caso de trama que se passa no futuro do pretérito, como em De Volta para o Futuro). Há um aspecto cômico na caracterização dos indígenas marcianos, que comem pães de cristal e bebem fogo. Mas a trama é dolorida: trata de genocídio, colonização, preconceito religioso e guerra, em uma clara analogia com a chegada dos europeus à América.

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(Bruno Vaiano, editor da Super.)

Dungeons & Dragons (livro do jogador)

Capa do livro "Dungeons & Dragons".

Vários nerds já se imaginaram na pele de seus personagens favoritos. Seja descendo pelas montanhas da Terra Média ou pilotando um X-Wing pela galáxia. Se livros com uma narrativa já definida não são muito sua praia, talvez você se interesse mais em calçar as botas, pegar as flechas, espada ou cajado e criar você mesmo a sua história.

Dungeons & Dragons (D&D) é um renomado sistema de RPG. Nesse tipo de jogo, várias pessoas se propõe a contar uma história juntas, vivendo as aventuras de seus personagens como uma espécie de fusão entre videogame e teatro. O jogo é guiado pelo um game master (GM), que conduz a narrativa e arbitra os acontecimentos, controlando os personagens secundários e o mundo fictício como um todo.

Com esse livro, você vai ter as principais regras e passos para criar seu próprio personagem dentro desse universo mágico. Você e seus amigos poderão ser magos, guerreiros, paladinos, ladrões, de diferentes raças míticas, como elfos e anões, enfrentando monstros e criaturas fantásticas em sua jornada épica. Pegues seus dados de muitos lados, reuna um grupo de amigos e tente marcar uma data em que todos possam se encontrar para viver uma grande aventura.

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(Leonardo Caparroz, repórter estagiário da Super.)

Invencível: A ascensão e a queda de Stan Lee, de Abraham Riesman

Capa do livro "Invencível: A ascensão e a queda de Stan Lee".

Nos anos 1960, a Marvel chacoalhou a cultura pop ao mudar a maneira como os heróis eram retratados nos gibis. Se antes eles eram figuras divinas, Homem-Aranha, Hulk, Quarteto Fantástico e cia. vieram para mostrar que os superseres também poderiam ser humanos – e falhos.

Stan Lee, a figura-mor da editora, teve uma vida tão imperfeita quanto a dos personagens que o consagram. Por trás dos holofotes (e das aparições em filmes da Marvel), Lee acumulou rixas por não dar créditos aos parceiros de criação. Além disso, teve problemas familiares – e apostou em vários negócios mal sucedidos. Esta biografia conta, em detalhes, como toda essa jornada se deu.

(Rafael Battaglia, repórter da Super.)

Se quiser explorar as raízes da ficção científica, comece por aqui: Frankenstein é considerada a primeira obra desse gênero da história. A autora britânica Mary Shelley escreveu o romance em 1818, quando tinha 19 anos de idade.

O livro vai muito além do monstro costurado que faz parte do imaginário popular. Na história, a criatura foge de seu criador, Victor Frankenstein, e aprende sobre a vida e o mundo com suas próprias experiências – sejam elas boas ou ruins. Mais do que um clássico do terror, Frankenstein é um livro sobre sentimentos, preconceito e, principalmente, o que é ser humano.

(Maria Clara Rossini, repórter da Super.)

Tempestade numa xícara de chá: A física do dia a dia

Capa do livro "Tempestade numa xícara de chá".

Essa é para os nerds no sentido mais CDF da palavra – aqueles que ficavam na cadeira da frente nas aulas de física. Com menos “ficção” e mais “científica”, Tempestade numa xícara de chá é exatamente o que o subtítulo afirma, um livro sobre a física do cotidiano. Usando acontecimentos aparentemente banais para explicar conceitos físicos e discutir ciência, a autora mostra um mundo de novas dúvidas. Por que a pipoca explode? Como os elefantes bebem água? Como o pão cresce? Por que a geleia de mirtilo não é azul? Qual a semelhança entre ciclistas e escorpiões?

(Leonardo Caparroz, repórter estagiário da Super.)

 

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