PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

9 pinturas famosas que não estão nos seus países de origem

O "Abaporu", obra-prima de Tarsila do Amaral, está de volta ao Brasil! Mas não para sempre. E ele não é o único quadro importante fora de sua terra natal.

Por Ingrid Luisa e Rafael Battaglia
Atualizado em 28 set 2022, 16h02 - Publicado em 27 set 2018, 14h11

Qual a obra de arte brasileira mais famosa do mundo? Pessoas que curtem esse universo poderão citar O Grito do Ipiranga, de Pedro Américo, A Estudante, de Anitta Malfati, Cinco Moças de Guaratinguetá, de Di Cavalcanti, ou um Romero Brito ostentado na sala de algum ricaço.

Mas muitos provavelmente citarão o ícone de Tarsila do Amaral: Abaporu.

Para a alegria geral da nação, muito brasileiros logo poderão vê-lo de pertinho: a partir do dia 5 de abril, o Masp exibirá o quadro na mostra temporária Tarsila Popularjunto com várias outras obras e pertences pessoas da artista. É uma oportunidade única de ver o quadro de volta a solos tupiniquins, depois de mais de 11 anos sem passar por aqui.

Isso porque, normalmente, você precisaria viajar até a Argentina para ver o Abaporu. Ele faz parte do acervo permanente do Museu de Arte Latinoamericana de Buenos Aires, o Malba. A obra foi comprada em 1995 pelo colecionador argentino Eduardo Costantini por US$ 2,5 milhões (o correspondente hoje a US$ 9 milhões). Já houve colecionador brasileiro que ofereceu a bagatela de US$ 30 milhões (mais de R$ 120 milhões) para trazer a obra de volta ao Brasil. E o argentino negou.

Apesar da tristeza para nós, Costantini não vende o quadro por uma simples questão mercadológica: a obra-prima de Tarsila é o carro-chefe do Malba.

Assim como o quadro brasileiro, outras grandes obras de arte não estão nos seus países de origem (e são essenciais para os museus em que estão). A SUPER levantou outras 8 que seguiram o mesmo destino do nosso Abaporu:

Continua após a publicidade
Mona Lisa
(Leonardo da Vinci/Wikimedia Commons)

Monalisa – Leonardo Da Vinci 
Localidade atual: França
Origem: Itália

Falando em carro-chefe de museus, vamos começar com a obra mais famosa do mundo. Já imaginou o Louvre sem sua Gioconda? Mas se a nacionalidade do quadro fosse levada em conta, ela deveria estar na Itália.

A história de como a Monalisa foi parar em Paris é curiosa: na verdade, o próprio Da Vinci levou o quadro pra França. Isso foi em 1516, quando o pintor foi convidado pelo rei Francisco I da França para trabalhar em sua corte. De lá para cá, o quadro já passou pelo Palácio de Versalhes, pelos aposentos do Imperador Napoleão Bonaparte e chegou até a ser roubado em 1911 (que foi o que deixou a Monalisa tão famosa).

Hoje em dia, para proteger essa obra de valor inestimável, ela possui uma proteção de vidro à prova de balas.

Continua após a publicidade

A Persistência da Memória – Salvador Dalí
Localidade atual: EUA
Origem: Espanha

A obra que fez Dalí famoso nunca esteve na Espanha. O gênio pintou A Persistência da Memória em Paris, em 1931. Sua notoriedade como pintor surrealista se consolidou em 1932, quando o quadro com os relógios derretidos foi exposto na mostra Surrealism: Paintings, Drawings and Photographs, na Galeria Julien Levy, em Nova York. Obras de Pablo Picasso, Max Ernst, Joseph Cornell e Marcel Duchamp também estavam nessa mostra.

Em 1934, o Museu de Arte de Nova York, MoMA, ganhou a obra de um doador anônimo. Ela tem sido um dos principais destaques do museu por mais de 80 anos.

Rosa e Azul
(Pierre-Auguste Renoir/Wikimedia Commons)
Continua após a publicidade

Rosa e Azul – August Renoir
Localidade atual: Brasil
Origem: França

Quem conseguir dar um pulinho até a Avenida Paulista, em São Paulo, vai poder ver o trabalho de um dos expoentes do impressionismo. A obra de Renoir pode não ser A principal do artista, mas está entre as mais célebres. Ela faz parte do acervo do Masp desde 1952, quando foi comprada pelo fundador do museu, o empresário Assis Chateubriand.

O quadro foi pintado em 1881, em Paris, a pedido de um banqueiro, o judeu Louis Raphael Cahen d’Anvers. Renoir fez uma série de quadros para a família. Este em questão retrata as filhas mais novas da família, Alice e Elizabeth, e as cores usadas são tonalidades marcantes no trabalho do artista.

9 pinturas famosas que não estão nos seus países de origem

A traição das imagens – René Magritte
Localidade atual: EUA
Origem: Bélgica

Continua após a publicidade

Um outro ícone do surrealismo, o belga René Magritte ainda hoje instiga estudiosos com a principal obra de sua série “A Traição das Imagens”: Isso não é um cachimbo (Ceci n’est pas une Pipe). Ao pé da letra, realmente, uma pintura de um cachimbo não é um cachimbo. Mas analistas consideram que essa obra é muito mais que essa simples constatação.

Está em Bruxelas e quer ver o polêmico cachimbo? Impossível, a obra está exposta nos Estados Unidos, no Museu de Arte do Condado de Los Angeles, o LACMA. 

A Noite Estrelada
(Vincent van Gogh/Wikimedia Commons)

A Noite Estrelada – Van Gogh 
Localidade atual: EUA
Origem: Holanda

Quando pensamos em Van Gogh, logo vem a cabeça: girassóis, (falta de) orelha, autorretratos e Noite Estrelada. Mas ir ao Museu Van Gogh, em Amsterdã, não matará sua curiosidade de ver ao vivo um dos maiores ícones da arte ocidental: o quadro faz parte do acervo permanente do MoMA, nos Estados Unidos.

Continua após a publicidade

A obra foi pintada em 1889, enquanto o pintor estava no hospital psiquiátrico Saint-Paul-de-Mausole, na França. Foi uma das últimas obras do artista, que faleceu em 1890. A Noite Estrelada ficou em coleção privada até ser adquirida pelo museu nova-iorquino em 1941.

9 pinturas famosas que não estão nos seus países de origem

A Dança – Henri Matisse
Localidade atual: Rússia e EUA
Origem: França 

Não, não tem magia envolvida nisso: o quadro não está em dois lugares ao mesmo tempo. Acontece que A Dança pode se referir a duas obras do francês Matisse, feitas entre 1909 e 1910. A primeira serviu de estudo para a segunda – e nenhuma delas está no país natal de seu criador.

O quadro foi encomendado por um colecionador russo, com quem o pintor tinha uma longa parceria. Após algumas desavenças (o cara não queria colocar pessoas nuas na parede da casa dele), a obra foi para a Rússia e, hoje, está no museu Hermitage, em São Petersburgo. Já a pintura original foi doada ao MoMA, de Nova York, pelo empresário e político Nelson Rockefeller.

Imagem dos painéis de
(Candido Portinari/Reprodução)

Guerra e Paz – Cândido Portinari
Localidade atual: EUA
Origem: Brasil

Na década de 50, a sede da Nações Unidas estava para ser inaugurada em Nova York. O ONU, então, convidou os países a enviar obras de arte para povoar o prédio, e o Brasil escolheu o paulista Cândido Portinari para a tarefa.

Portinari levou quatro anos para fazer os dois painéis de 14 x 10 m de tamanho cada. Em 1956, um ano antes de ser inaugurada na ONU, a obra foi exposta aqui no Brasil, durante uma cerimônia no Rio que contou com o presidente Juscelino Kubitschek. O artista, no entanto, nunca chegou a ver o seu trabalho em Nova York. Em época de Guerra Fria, Portinari, por demonstrar publicamente pensamentos à esquerda, teve dificuldade de conseguir o visto para os EUA. Morreu em 1962 sem ter ido conferir o resultado.

O vídeo abaixo, da ONU, explica toda a história por trás dos painéis.

Imagem da pintura
(Pablo Picasso/Reprodução)

As Senhoritas de Avignon – Picasso
Localidade atual: EUA
Origem: Espanha

Feita em 1907, levou nove meses para ficar pronta. Certo, não se trata da obra-prima do pintor, mas certamente é uma das mais importantes de sua carreira por se tratar de um dos marcos do movimento cubista ao explorar novas formas de retratar a realidade. De início, ninguém entendeu muito bem a ideia. Hoje, ela está exposta no (adivinha) MoMA, em Nova York.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.