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A História do Rock – Progressivo

A era dos virtuosos

Por Ivan Pinotti
Atualizado em 2 set 2019, 13h14 - Publicado em 15 ago 2019, 13h13

Chamar o King Crimson de banda é exagero. O King Crimson é composto, desde a década de 1960, por músicos a serviço do guitarrista, compositor e nerd perfeccionista Robert Fripp. Essa orquestra de apoio já contou com gente como Greg Lake (baixista e vocalista do Emerson, Lake and Palmer), Bill Bruford (baterista do Yes) e Adrian Belew (guitarrista e cantor do grupo de Frank Zappa). Fripp molda a música do King Crimson a seu gosto. A sonoridade pode se aproximar do rock clássico (“Easy Money”, de 1973) ou se espelhar nas dissonâncias da música erudita contemporânea (todas as partes da trilogia Larks’ Tongues in Aspic, de 1973 e 1984). Seja como for, o Crimson é rock progressivo em estado bruto, sem concessões. (Michael Ochs Archives/Getty Images)
Yes é a banda que melhor define o rock progressivo dos anos 1970. Tem as referências clássicas do Genesis, mas sem a teatralidade excessiva; tem a grandiosidade de Emerson, Lake and Palmer, mas a equilibra com pitadas de pop pegajoso; tem o rigor musical do King Crimson, mas sem a sisudez. Na fase de maior sucesso, quando lançou o disco Fragile (1972), o Yes ficou mundialmente conhecido pela voz de timbre agudo de Jon Anderson e pela performance exagerada do tecladista Rick Wakeman, que se apresentava cercado de órgãos e sintetizadores. Dentre as muitas formações do Yes, a de maior sucesso comercial veio em 1983, quando Anderson e o baixista Chris Squire receberam o reforço do guitarrista Trevor Rabin. Naquele ano, a banda estourou no mundo inteiro com “Owner of a Lonely Heart”, do álbum 90125, cheio de influências new wave. (Pete Still/Getty Images)
Existiram dois Genesis: a banda de Peter Gabriel e a banda de Phil Collins. O Genesis de Peter Gabriel é a quintessência do rock progressivo: músicas longas, discos conceituais, sons que flertam com a música clássica e com a tradição dos trovadores medievais. É dessa fase o álbum Selling England by the Pound (1973), de onde saiu “I Know What I Like (In Your Wardrobe)”, primeiro grande sucesso comercial do grupo. Na época, Collins já tocava bateria no Genesis. Em 1975, quando Peter Gabriel saiu para investir na carreira solo – ele estourou com o videoclipe de “Sledgehammer”, uma animação em stop-motion –, Phil Collins assumiu os vocais e a liderança da banda. O som do Genesis tornou-se cada vez mais pop. De início, manteve a leseira progressiva, com camadas e mais camadas de teclados (“Follow You, Follow Me”, de 1978). Mas não demorou para que virasse uma usina de sucessos radiofônicos, como “That’s All” (1983) e “Invisible Touch” (1988). Astuto como uma raposa, Collins tocou (paralelamente ao Genesis) uma carreira solo ainda mais voltada para as massas. Quando ele decidiu que não precisava mais dos ex-companheiros, em 1991, a relevância do Genesis tornou-se nula. (Reprodução/Divulgação)
Se um show de rock é um espetáculo grandioso – com luzes dançantes, projeções, bonecos gigantes e outras atrações visuais –, a culpa é do Pink Floyd. A banda londrina nasceu como representante da vertente psicodélica do rock: artistas que tentavam reproduzir sonoramente as sensações provocadas pelo LSD e outras drogas alucinógenas, gente como os californianos Grateful Dead e Jefferson Airplane. A cabeça do Pink Floyd inicial era Syd Barrett, sujeito tão maluco que precisou ser afastado pelos companheiros de banda quando não tinha mais condições de tocar. Isso em 1968, apenas um ano depois dos primeiros lançamentos da banda com os compactos “Arnold Layne” e “See Emily Play” (duas ótimas composições de Barrett) e o álbum The Piper at the Gates of Dawn. O baixista Roger Waters, amigo de infância de Barrett, tocou a transição e pegou o timão do Floyd. Antes mesmo de demitir o colega, pediu ajuda para o guitarrista David Gilmour, com quem passaria a dividir a superbanda. Foi quando o Pink Floyd domou a lisergia para investir em temas longos e hipnóticos, mais ao estilo do rock progressivo. Ainda mergulhados na música experimental, os ingleses arriscavam um número pop aqui ou ali. Dois bons exemplos são as composições “Summer of 68” e “If” – ambas do álbum Atom Heart Mother, de 1970, cuja faixa de abertura é um medley de quase 24 minutos. Um ano mais tarde, Waters e seus rapazes filmariam um extenso “show” no anfiteatro de Pompeia –ruínas de uma cidade romana engolida pelas cinzas do Vesúvio. O ponto de inflexão do Floyd foi o disco The Dark Side of The Moon, de 1973. Nele, a banda deixa de lado os excessos e aposta em canções de apelo pop, mas sem descer do pedestal. A obra chegou ao topo da parada americana e elevou o Pink Floyd ao status de supergrupo. Aí emergiu o Floyd dos megaconcertos, com bonecos infláveis e uma miríade de recursos de apoio visuais. Essa abordagem multiplataforma chegou ao pico com The Wall, em 1979, álbum duplo conceitual em que Roger Waters expõe suas neuroses – do trauma da morte do pai na guerra à fobia de tocar ao vivo. O disco virou filme, dirigido por Alan Parker (de O Expresso da Meia-Noite), em 1982. The Final Cut, de 1983, marcou a ruptura definitiva entre Waters e Gilmour. O guitarrista levou a melhor na pendenga judicial e ficou com o direito de uso da marca Pink Floyd – tocou a banda com competência até 1994. (Michael Ochs Archives/Getty Images)

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