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Guia SUPER – Como virar santo

Entenda, etapa por etapa, os trâmites da canonização – o processo do Vaticano que transforma mortais em santos da Igreja Católica.

Por Alexandre Carvalho dos Santos
Atualizado em 26 out 2020, 19h55 - Publicado em 24 ago 2018, 18h53

1) Para ser candidato

O ideal é ter amealhado, em vida, alguma fama de taumaturgo (ou seja, alguém capaz de realizar milagres), ou ter sido um mártir do cristianismo. O pedido para o início do processo de canonização só pode acontecer após cinco anos da morte do aspirante a santo. 

2) Servo de Deus

Por pedido dos fiéis – ou por conta própria –, um bispo da paróquia de onde o possível santo morreu investiga se a fama de milagreiro ou de mártir procede. É ele quem decide se pode começar o levantamento de informações e testemunhos. Iniciado o processo oficial, o candidato recebe o título de “Servo de Deus”.

3) Advogado de defesa

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Ainda na esfera local, um postulador – que deve ser perito em teologia, direito canônico e história – é encarregado de pesquisar a vida do Servo de Deus.

3.1 Material necessário

O postulador deve apresentar ao bispo:

– Uma biografia do candidato a santo, contando suas atividades em vida, suas virtudes, eventual martírio e os milagres atribuídos a ele.

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– Uma lista de possíveis testemunhas dos atos e dos milagres.

– Caso o candidato tenha escrito obras importantes para o cristianismo, isso deve estar junto na documentação. Esses textos serão examinados por censores teólogos, que vão verificar se não há nada ali contrário à fé e aos bons costumes.

3.2 Curas Milagrosas

No caso de haver gente alegando uma cura inexplicável graças à intervenção do santo, o postulador deve incluir documentos medicos (ficha de hospitalização, exames de laboratório, diagnósticos…). E o bispo nomeia médicos periciais para a avaliação. Esses médicos devem ser obrigatoriamente católicos apostólicos romanos. Mas não estão lá para assegurar milagres. Seu papel é o de confirmar que um caso não tem explicação médica. Houve uma cura de uma mulher com um câncer de mama extremamente agressivo que não foi aceito pelos médicos como prova porque ela tinha 10% de chances de recuperação. O “milagre” teria sido obra da medicina.

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4) Fim do inquérito local

Com a documentação examinada e os depoimentos das testemunhas, os autos são enviados ao Vaticano por um portador – que tanto pode entregá-los em mãos quanto pela mala diplomática da Santa Sé. Junto, vai uma carta do bispo que presidiu o inquérito com suas impressões sobre a credibilidade dos testemunhos e a legitimidade da documentação acerca dos atos e milagres perpetrados pelo candidato a santo.

5) Fase romana

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Terminado o inquérito na alçada do bispo, o processo passa às mãos da Congregação para as Causas dos Santos, já no Vaticano. Se o papa fosse um presidente, essa turma seria seu Ministério da Santidade. Nela, atuam consultores de diversos países, peritos em história e teologia, e também médicos. Reconhecida a prática de atos heroicos pelo Servo de Deus, ele já muda de status: recebe o título de “Venerável”.

6) Beatificação

Se, além do heroísmo, há constatação de um milagre, o caso passa para uma congregação de teólogos, e em seguida para outra de cardeais e bispos. O parecer final dessas autoridades vai, finalmente, para as mãos do papa, que é quem bate o martelo: veneráveis que fizeram um único milagre são beatificados – um degrau abaixo da santidade.

7) Santificou!

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Caso o beato tenha mais de um milagre constatado pela Igreja Católica, o papa – ou um cardeal delegado por ele – declara em missa solene que o antigo Servo de Deus chegou ao ponto mais alto que um cristão é capaz de atingir em sua vida religiosa: virou santo. Há exceções, porém: o papa Francisco canonizou José de Anchieta, entre outros, sem um segundo milagre. Mas ele pode – por cortesia do preceito da infalibilidade papal.

 

 

 

 

 

 

 

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