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Matrix foi dirigido por duas mulheres trans

Lilly e Lana Wachowski também são responsáveis por obras como "O Destino de Jupiter" e "A Viagem"

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 09h35 - Publicado em 9 mar 2016, 17h30

Matrix é uma das mais relevantes franquias hollywoodianas que surgiram nas últimas décadas. Foi sucesso de crítica, com 87% de aprovação no Rotten Tomatoes, e rendeu comentários como “Um filme incrivelmente tecnológico que faz o gênero avançar”, feito por David Hunter, crítico do Hollywood Reporter. Também estourou nas bilheterias. A franquia rendeu 1,6 bilhão de dólares mundialmente, e garantiu alguns recordes no meio do caminho, como maior bilheteria para um filme com censura máxima (por Matrix: Reloaded, ao arrecadar mais de U$ 280 milhões só nos Estados Unidos). Agora foi revelado que os filmes – assim como a série Sense8, os longas Speed Racer, A Viagem e o roteiro de V de Vingança – foram dirigidos por duas mulheres trans.

Em comunicado publicado pelo jornal Windy City Times (que se dedica ao público LGBT de Chicago) Lilly Wachowski, antes conhecida como Andy, revelou ser uma mulher trans. “Sim, eu sou transgênero […]. Me identifiquei para meus amigos e família. Para a maioria das pessoas do trabalho também. Todo mundo está tranquilo com isso. Sim, graças a minha irmã fabulosa, eles já passaram por isso, mas também porque são pessoas fantásticas. Sem o amor e apoio da minha esposa, amigos e família, eu não estaria onde estou hoje”, afirmou. Em 2012, sua irmã, Lana, já havia ido a público afirmar que se identificava como mulher.

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A decisão, no entanto, não partiu da vontade de Lilly compartilhar fatos sobre sua vida pessoal. A cineasta foi surpreendida por um jornalista do tablóide inglês Daily Mail, que descobriu sobre a transexualidade de Lilly, e revelou que iria escrever um artigo sobre o assunto. Pelo relato da cineasta, não lhe foi dada a opção de vetar a publicação. A matéria sairia com ou sem o aval da cienasta. “Quando você está vivendo como uma pessoa transgênero, é difícil de esconder. Eu só queria – precisava de um tempo para colocar a cabeça no lugar, para me sentir confortável. Mas, aparentemente, não sou eu que decido isso”, afirmou.

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Lilly sabia que hoje, viver como trans é uma guerra tão grande quanto a de Neo contra as máquinas. “Ser transgênero não é fácil. […] Significa que você tem que encarar a dura realidade de viver o resto da sua vida em um mundo que é abertamente hostil a você”, disse. Mesmo entre os fãs da série, há indícios misóginos, como textos de masculinistas (grupo de homens que afirmam ser oprimidos por mulheres), que fazem constante referência ao termo “sair da Matrix” – significando perceber a tal “perseguição aos homens”. A revelação das diretoras talvez ajude mais pessoas a entenderem um pouco sobre a realidade trans – da mesma forma que Neo percebeu a realidade ao tomar a pílula vermelha.

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