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“Me interesso muito pela história do Nem, da Rocinha”, diz produtor de Narcos

Eric Newman, manda-chuva do seriado sobre narcotráfico bateu um papo exclusivo com a SUPER e falou sobre os bastidores - e o futuro da série.

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 ago 2022, 15h41 - Publicado em 13 nov 2018, 17h18

Depois de matar Pablo Escobar e mostrar a ascensão das drogas em Medellín, Narcos já tinha explicado bem como funciona o narcotráfico colombiano. O seriado, então, decidiu seguir carreira até o México para contar a história do sangrento cartel de Guadalajara. Batemos um papo com o responsável pela série, Erick Newman, sobre o futuro do seriado.

Por que o México, e por que agora?
Principalmente pela geografia. Isso aproxima muito a trama do público americano e, consequentemente, gera algumas discussões. Não importa o tamanho do muro que querem construir, a situação é muito delicada. A gente tem que conversar sobre isso.

Mas que tipo de reações, efetivamente, você espera?
Uma coisa da qual eu me orgulho é que diferentes grupos possuem diferentes interpretações do programa. Você pode encarar a morte de Escobar como uma vitória. Outros focam no ponto de que matá-lo não ajudou em nada: o tráfico e a cocaína continuam por aí. Eu mesmo me enquadro no segundo grupo. O que eu quero é gerar discussões, não importa qual o viés dos participantes.

Durante a produção das temporadas, você teve contato com traficantes. Já rolou alguma situação de tensão ou ameaça?
Na verdade, eles ficaram felizes. Óbvio que vamos retratá-los como criminosos. Mas o simples fato de mostrarmos erros policiais os agrada. As coisas não são preto no branco, há uma complexidade que a gente tem que exibir.

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E há planos para ir a outros países? Podemos esperar uma temporada no Brasil?
Já pensei nisso. Eu particularmente me sinto atraído pela história do Nem da Rocinha. É incrível. E tem uma coisa muito curiosa: a forma como os traficantes brasileiros agem é bem particular. Não é um mercado de bilionários, como na Colômbia – eu nunca vi isso em lugar nenhum do planeta. Contar esse tipo de história, definitivamente, é algo que está na minha cabeça.

Sabe dizer quantas temporadas a série vai ter?
Vou seguir enquanto deixarem. Infelizmente, para todo mundo, o narcotráfico continua. Então, não faltam histórias para contar.

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