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Mercury 7: A história por trás do primeiro grupo de astronautas da NASA

O último episódio da série “Os Eleitos”, do Disney+, foi liberado nesta sexta-feira (26). Junto dele, ficará disponível na plataforma o documentário “Projeto Mercury: Os Sete Escolhidos”, que conta os bastidores da história.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 26 mar 2021, 19h22 - Publicado em 26 mar 2021, 19h16

O fim de semana será animado para os apreciadores da história espacial. Nesta sexta-feira (26), foi disponibilizado na plataforma de streaming Disney+ o último episódio da série Os Eleitos, produzida pela National Geographic, que conta a história do primeiro grupo de astronautas da Nasa, apelidado de Mercury 7. A data de hoje marca ainda o lançamento do documentário Projeto Mercury: Os Sete Escolhidos, também da NatGeo, que pode servir como complemento para aqueles que gostaram da série. 

Os Eleitos traz uma história mais íntima sobre os astronautas da Nasa, que inclui detalhes sobre suas famílias e, é claro, algumas licenças poéticas para aumentar o drama. A série é baseada no livro homônimo escrito por Tom Wolfe em 1979. O autor e jornalista americano entrevistou pilotos de teste, os astronautas, suas esposas e vários outros envolvidos na história. 

Por outro lado, o documentário Projeto Mercury: Os Sete Escolhidos tem como base transmissões de rádio, filmes caseiros e outros arquivos e entrevistas inéditos sobre o programa espacial. Ao assisti-lo, o espectador se sente na virada da década de 50 para 60, acompanhando todo o processo dos pioneiros da exploração espacial em sua própria televisão de tubo.

Caso você ainda não tenha visto nem um nem outro, o ideal é assistir primeiro a série e depois partir para o documentário. E você pode ter um vislumbre do que esperar neste texto da Super.

História Real

Em 4 de outubro de 1957, a União Soviética enviou o primeiro satélite ao espaço, o chamado Sputnik 1. A situação não deixou os americanos nem um pouco confortáveis, já que naquela época eles disputavam com os comunistas a supremacia tecnológica sobre a exploração do cosmos – um período que estudamos na escola sob o nome de Corrida Espacial. 

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A imagem mostra o lançamento de teste não tripulado do veículo Mercury-Atlas 2. (Disney+/Divulgação)

O Congresso dos EUA logo solicitou uma iniciativa que contornasse o problema. Primeiro, se requisitou um programa espacial militar, mas a ideia não foi para frente. A alternativa aceita pelo então presidente Dwight Eisenhower foi transformar o antigo Comitê Nacional para Aconselhamento sobre Aeronáutica (Naca) em uma agência espacial não militar chamada Nasa. 

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Cerca de seis meses depois, a Nasa deu início ao processo de escolha dos sete primeiros astronautas americanos, que fariam parte do Projeto Mercury. Jntar-se ao grupo era bem mais díficil que passar no vestibular. Embora o programa tivesse passado para a esfera civil, os candidatos ainda eram, em geral, ilotos de teste militares, que já tinham várias das habilidades (não tão básicas) exigidas. Os astronautas deveriam ter menos de quarenta anos, menos de 1,80 m de altura (devido às dimensões diminutas da espaçonave Mercury), boa forma física, curso superior, formação de piloto de teste, no mínimo 1.500 horas de voo…

O Departamento de Defesa americano cedeu os registros de 508 pilotos de teste, mas só 110 deles se encaixavam nos requisitos exigidos. Eles passaram por uma série de entrevistas, exames médicos e vários outros processos eliminatórios. Sobraram sete: Scott Carpenter, Gordon Cooper, John Glenn, Gus Grissom, Walter Schirra, Alan Shepard e Donald Slayton. Os escolhidos foram anunciados ao público em 9 de abril de 1959 durante uma coletiva de imprensa realizada no Dolley Madison House em Washington, DC.

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Os sete astronautas escolhidos para compor o Projeto Mercury. (Disney+/Divulgação)

Os astronautas se tornaram, com o perdão do trocadilho, astros. A fama rendeu a eles um contrato exclusivo milionário com a revista Time, que teve os direitos sobre a história de cada um dos sete reservados. Tudo isso fortaleceu ainda mais a imagem de ícone nacional dos pilotos.

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Mas faltava o principal: enviar de vez o primeiro americano ao espaço. Claro que essa era uma manobra extremamente arriscada, o que levou a Nasa a mudar um pouco os planos. Antes de embarcar qualquer astronauta em um foguete, eles enviariam um chimpanzé – o simpático Ham, que decolou em 31 de janeiro de 1961. Outros macacos e chimpanzés já haviam sido enviados em voos anteriores, mas Ham fez exatamente a mesma trajetória que o astronauta Alan Shepard faria pouco tempo depois.

A Nasa conduziu uma série de lançamentos testes sem pessoas a bordo antes que os astronautas pudessem voar no Projeto Mercury. No total, 21 foguetes explodiram antes que Sheppard fosse enviado ao espaço.

Os EUA ficaram para trás novamente quando, em 12 de abril de 1961, o astronauta soviético Iuri Gagarin alcançou o espaço. Ele orbitou a Terra a bordo da Vostok 1, chateando novamente os americanos. Shepard partiu três semanas depois, no dia 5 de maio. Seu voo durou apenas 15 minutos e foi suborbital – ou seja, sua nave apenas alcançou o espaço e voltou imediatamente. Gus Grissom foi o segundo americano a realizar um voo suborbital, em 21 de julho de 1961. O mesmo feito de Iuri Gagarin só foi alcançado em 20 de fevereiro de 1962, quando John Glenn finalmente completou três voltas completas ao redor da Terra. 

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O astronauta John Glenn foi o primeiro americano a orbitar a Terra. (Disney+/Divulgação)

O Projeto Mercury foi encerrado em 15 de maio de 1963, após o voo de Gordon Cooper. Depois, viriam o Projeto Gemini, seguido pelo Projeto Apollo, que levou o primeiro homem à Lua em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong.

Próximos passos

Em entrevista à Super, o diretor do documentário Projeto Mercury: Os Sete Escolhidos, Tom Jennings, falou sobre  antigos e novos projetos espaciais. Para ele, as agências espaciais se prenderam durante muito tempo às missões à Estação Espacial Internacional (ISS) e só agora estão voltando a olhar para a lua e outros planetas. Jennings acredita que essa motivação esteja vindo de “pessoas comuns” que acompanhavam a exploração espacial e desejavam um dia fazer parte daquilo, tendo agora sua chance, como Jeff Bezos com a Blue Origin, Elon Musk com a SpaceX e Richard Branson com a Virgin Galactic. 

“No início dos anos 60, o grande empurrão deles [Nasa] foi a Guerra Fria, ‘vamos derrotar os russos’, era essa a grande ideia. Agora, só queremos sair e ver o que está acontecendo, checar se podemos viver em Marte, por exemplo. Eu não sei se temos esse impulso nacionalista de ser o primeiro ou ser o melhor, acho que o que está nos empurrando é só a curiosidade humana”, explicou. 

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Jennings fala ainda sobre a mudança da visão das pessoas sobre os astronautas, que um dia foram tidos como deuses. “Eles estavam arriscando suas vidas por algo maior do que eles, o que é muito admirável, mas também estavam realizando a maior exploração de todos os tempos. Eles não estavam indo para o fundo do oceano ou até o topo da montanha mais alta. Era o espaço – e ninguém tinha ideia de como fazer isso ou o que iria encontrar”. 

Ser astronauta já não é tão chamativo assim: A ISS se tornou uma personagem das notícias, a comunicação entre a central de comando e as espaçonaves melhorou e não temos mais apenas a Nasa, mas sim uma série de agências com programas espaciais. O diretor sugere que a próxima missão capaz de atrair público suficiente será aquela responsável por levar o primeiro humano a Marte.

Você pode conferir a seguir o trailer da série e do documentário:

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