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Museu do Louvre vai reabrir, mas sem aglomerações na Mona Lisa

Quem quiser fotografar a pintura mais famosa do mundo vai ter que esperar em uma fila, usando máscara. Em troca, terá um momento íntimo com o quadro.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 26 out 2020, 16h43 - Publicado em 25 jun 2020, 17h13

Após quase quatro meses fechado por conta da pandemia, o Louvre, na França, finalmente vai reabrir as portas para visitação. Mas quem visitar o maior museu do mundo agora vai encontrar um cenário bem diferente dos tempos pré-pandemia, com mais silêncio e espaços vazios. Nada vai escapar – nem as famosas multidões de turistas se acotovelando para conseguir o melhor ângulo da Monalisa.

O museu reabre oficialmente no dia 6 de julho com venda online de ingressos e apenas 70% de suas atrações disponíveis, entre elas as alas de pinturas francesas e italianas e a seção de artefatos egípcios. O número de bilhetes disponibilizados também será reduzido, e todos os visitantes com mais de 11 anos deverão usar máscaras. Além disso, avisos serão colocados para lembrar o público de manter um distanciamento social de no mínimo um metro.

A atração mais popular do museu (e possivelmente do mundo) também terá que se readequar aos tempos de pandemia. Anteriormente, a Monalisa era o local de maior concentração de pessoas, e quase não havia organização para ordenar as centenas de visitantes e seus celulares na frente da pintura. Agora, quem quiser ver de perto a obra de Leonardo da Vinci terá que esperar em uma de duas filas por 15 minutos até ter seu momento quase privativo a apenas três metros do quadro.

Em entrevista para o The New York Times, o presidente do Louvre Jean-Luc Martinez disse que a maior dificuldade da reabertura não é adaptar as exposições para tempos de pandemia, já que os ambientes do museu são espaçosos o suficiente, mas sim conquistar novamente um público para as visitações. Isso porque, dos quase 10 mil visitantes anuais, entre 75% e 80%  são estrangeiros – a maioria dos Estados Unidos e da China. Atualmente, as fronteiras de toda a União Europeia estão fechadas para o mundo e não há previsão de abertura, o que certamente significará uma redução massiva no público.

Não é a primeira vez que o museu enfrenta um redução drástica de visitantes por conta de eventos excepcionais. Após os ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, o Louvre perdeu 40% dos seus visitantes e demorou 3 anos até retomar sua lotação normal. A onda de ataques terroristas na França e no resto da Europa em 2015 levou também a uma redução de 40% no público, os números só voltaram ao normal após um ano. “Desta vez, não sabemos o que vai acontecer”, diz Martinez. “No pior dos cenários vamos levar três anos para voltar ao nível normal de visitantes.”

O presidente do museu também revelou que o governo francês já está trabalhando em conjunto com a instituição para elaborar um plano de reestruturação econômica para o Louvre. Todos os anos, o Ministério da Cultura do país destina 94 milhões de euros para a instituição, e este ano a cifra deve aumentar um bocado. “Temos sorte de ser um museu estatal. As pessoas zombam do modelo francês, mas ele fornece mais solidez às instituições centenárias”, diz Martinez, se referindo a alta participação do Estado no setor cultural francês.

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