Tania Menai, de Nova York
Há, sim, coisa melhor para fazer em Nova York do que compras: sexo. A partir de novembro, o Museum of Sex, ou apenas MoSex (www.museumof sex.org), abrirá suas pernas – ops, suas portas – para mostrar tudo aquilo que todos sempre quiseram saber mas morrem de vergonha de perguntar. “A idéia é fazer um Metropolitan Museum do sexo, ou seja, tratar do assunto com profundidade e classe”, diz o americano Daniel Gluck, 32 anos, investidor e criador do museu. O MoSex, instalado num vistoso prédio de sete andares na Quinta Avenida, será um centro cultural e não apenas artístico. Tanto que a primeira exposição tratará da história da sexualidade em Nova York. “Vamos falar sobre política, mídia, artes, religião, censuras e escândalos”, diz Gluck. “Todos têm histórias sexuais privadas, mas os americanos vão se surpreender ao perceber que há uma sexualidade coletiva também”, diz ele.
Montar um museu do sexo em meio ao puritanismo dos Estados Unidos exige contorcionismos dignos do kama sutra. “Aqui, uma instituição desse tipo nunca receberia status especial do governo”, afirma Gluck, que tem um pé no mundo dos negócios e outro no das artes – ele também é escultor. “Eles não aceitaram nem o nome Museu do Sexo”, diz. Para driblar os narizes torcidos, Gluck fez do museu uma empresa privada. O MoSex só não aceita investimento da indústria pornográfica – não quer vínculos com o ramo. “Claro que vamos abordar o assunto, mas o objetivo não é mostrar o que há de novo no mundo da pornografia”, diz o francês Raphael Castoriano, braço-direito de Gluck.
Todas as exposições, segundo Gluck, serão acompanhadas de livros e documentários –, e, aos poucos, será criado um acervo. “A idéia é fazer um museu sexy, levantando temas como o da exposição sobre erotismo na arte de Picasso, recentemente mostrada em Paris”, diz. “Ou ainda abordar a relação entre sexo e moda, o futuro do sexo… E, por fim, responder para as crianças a velha pergunta: ‘Mamãe, de onde eu vim?’”